Neste dia, recordamos as palavras do nosso Senhor durante a Última Ceia, quando Ele instituiu o Sacramento da Eucaristia, entregando Seu Corpo e Sangue aos discípulos. Através do pão e do vinho consagrados, somos convidados a participar desse mistério de amor e redenção, recebendo Jesus em nossos corações.
Na primeira Leitura, encontramos a história do maná dado por Deus ao povo de Israel no deserto, um alimento que sustentou seu corpo físico durante a jornada rumo à Terra Prometida. Essa narrativa prefigura a Eucaristia, que é o verdadeiro pão do céu, capaz de nos sustentar espiritualmente em nossa peregrinação rumo à vida eterna.
No Evangelho de João, Jesus afirma: “Eu sou o pão vivo que desceu do céu. Quem come deste pão viverá eternamente; e o pão que eu der é a minha carne para a vida do mundo” (João 6:51). Essa passagem nos recorda que a Eucaristia é fonte de vida, comunhão e união com Cristo, sendo Ele mesmo presente em corpo, sangue, alma e divindade.
Ao celebrarmos a Solenidade do Santíssimo Corpo e Sangue de Cristo, somos convidados a renovar nossa fé na presença real de Jesus na Eucaristia. É um momento de adoração, agradecimento e compromisso de vivermos de acordo com os ensinamentos de Cristo, compartilhando o Seu amor e misericórdia com o mundo.
Que neste dia sagrado, possamos nos aproximar do altar com profundo respeito e reverência, reconhecendo a grandiosidade do dom da Eucaristia e a imensa graça que recebemos ao participarmos dela. Que a Solenidade do Santíssimo Corpo e Sangue de Cristo fortaleça nossa fé, nos una como comunidade de fiéis e nos inspire a seguir os passos de nosso Salvador.
Que Deus abençoe você abundantemente e que o Espírito Santo o ilumine na redação do texto.
Leituras
Recorde que foi o Senhor teu Deus que te trouxe através do deserto e te alimentou com o maná, para te ensinar que o homem não vive só de pão, mas de tudo o
que procede da boca do Senhor.
esses quarenta anos, no deserto,
para te humilhar e te pôr à prova,
para saber o que tinhas no teu coração,
e para ver se observarias ou não seus mandamentos.
que nem tu nem teus pais conhecíeis,
para te mostrar que nem só de pão vive o homem,
mas de toda a palavra que sai da boca do Senhor.
escorpiões, e uma terra árida e sem água nenhuma.
Foi ele que fez jorrar água para ti da pedra duríssima,
Palavra do Senhor.
Louvemos ao Senhor, pois Ele restaura Jerusalém, cura os corações quebrantados,
fortalece o Seu povo e cobre de bênçãos a cidade que O adora.
R. Glorifica o Senhor, Jerusalém;
celebra teu Deus, ó Sião!
12Glorifica o Senhor, Jerusalém!*
Ó Sião, canta louvores ao teu Deus!
13Pois reforçou com segurança as tuas portas,*
e os teus filhos em teu seio abençoou. R.
14A paz em teus limites garantiu *
e te dá como alimento a flor do trigo.
15Ele envia suas ordens para a terra,*
e a palavra que ele diz corre veloz. R.
19Anuncia a Jacó sua palavra,*
seus preceitos e suas leis a Israel.
20Nenhum povo recebeu tanto carinho,*
a nenhum outro revelou os seus preceitos. R.
A Eucaristia é a comunhão com o Corpo de Cristo, que nos une como um só corpo, fortalecendo nossa união com o Senhor e entre os irmãos.
E o pão que partimos,
não é comunhão com o corpo de Cristo?
pois todos participamos desse único pão.
Palavra do Senhor.
Terra, exulta de alegria,
louva teu pastor e guia
com teus hinos, tua voz!
Tanto possas, tanto ouses,
em louvá-lo não repouses:
sempre excede o teu louvor!
Hoje a Igreja te convida:
ao pão vivo que dá vida
vem com ela celebrar!
Este pão, que o mundo o creia!
por Jesus, na santa ceia,
foi entregue aos que escolheu.
Nosso júbilo cantemos,
nosso amor manifestemos,
pois transborda o coração!
Quão solene a festa, o dia,
nos recorda a instituição!
Novo Rei e nova mesa,
nova Páscoa e realeza,
foi-se a Páscoa dos judeus.
Era sombra o antigo povo,
o que é velho cede ao novo:
foge a noite, chega a luz.
O que o Cristo fez na ceia,
manda à Igreja que o rodeia
repeti-lo até voltar.
Seu preceito conhecemos:
pão e vinho consagremos
para nossa salvação.
Faz-se carne o pão de trigo,
faz-se sangue o vinho amigo:
deve-o crer todo cristão.
Se não vês nem compreendes,
gosto e vista tu transcendes,
elevado pela fé.
Pão e vinho, eis o que vemos;
mas ao Cristo é que nós temos
em tão ínfimos sinais…
Alimento verdadeiro,
permanece o Cristo inteiro
quer no vinho, quer no pão.
É por todos recebido,
não em parte ou dividido,
pois inteiro é que se dá!
Um ou mil comungam dele,
tanto este quanto aquele:
multiplica-se o Senhor.
Dá-se ao bom como ao perverso,
mas o efeito é bem diverso:
vida e morte traz em si…
Pensa bem: igual comida,
se ao que é bom enche de vida,
traz a morte para o mau.
Eis a hóstia dividida…
Quem hesita, quem duvida?
Como é toda o autor da vida,
a partícula também.
Jesus não é atingido:
o sinal é que é partido;
mas não é diminuído,
nem se muda o que contém.
Jesus nos revela que ao comer de Seu corpo e beber de Seu sangue na Eucaristia, recebemos a vida eterna e permanecemos Nele, estabelecendo uma profunda comunhão espiritual que nos nutre e nos conduz à plenitude.
disse Jesus às multidões dos judeus:
E o pão que eu darei
é a minha carne dada para a vida do mundo”.
se não comerdes a carne do Filho do Homem
e não beberdes o seu sangue,
não tereis a vida em vós.
tem a vida eterna,
e eu o ressuscitarei no último dia.
assim aquele que me recebe como alimento
Eles morreram.
Aquele que come este pão viverá para sempre”.
Palavra da Salvação.
Reflexão
TOMAI E COMEI...
Prezados irmãos e irmãs,
Hoje, falar-vos-ei da Eucaristia. A Eucaristia insere-se no âmago da «iniciação cristã», juntamente com o Batismo e a Confirmação, constituindo a nascente da própria vida da Igreja. Com efeito, é deste Sacramento do Amor que derivam todos os caminhos autênticos de fé, de comunhão e de testemunho.
O que vemos quando nos congregamos para celebrar a Eucaristia, a Missa, já nos faz intuir o que estamos prestes a viver. No centro do espaço destinado à celebração encontra-se o altar, que é uma mesa coberta com uma toalha, e isto faz-nos pensar num banquete. Sobre a mesa há uma cruz, a qual indica que naquele altar se oferece o sacrifício de Cristo: é Ele o alimento espiritual que ali recebemos, sob as espécies do pão e do vinho. Ao lado da mesa encontra-se o ambão, ou seja o lugar de onde se proclama a Palavra de Deus: e ele indica que ali nos reunimos para ouvir o Senhor que fala mediante as Sagradas Escrituras, e portanto o alimento que recebemos é também a sua Palavra.
Na Missa, Palavra e Pão tornam-se uma coisa só, como na Última Ceia, quando todas as palavras de Jesus, todos os sinais que Ele tinha realizado, se condensaram no gesto de partir o pão e de oferecer o cálice, antecipação do sacrifício da cruz, e naquelas palavras: «Tomai e comei, isto é o meu corpo… Tomai e bebei, isto é o meu sangue».
O gesto levado a cabo por Jesus na Última Ceia é a extrema ação de graças ao Pai pelo seu amor, pela sua misericórdia. Em grego, «ação de graças» diz-se «eucaristia». É por isso que o Sacramento se chama Eucaristia: é a suprema ação de graças ao Pai, o qual nos amou a tal ponto que nos ofereceu o seu Filho por amor. Eis por que motivo o termo Eucaristia resume todo aquele gesto, que é de Deus e ao mesmo tempo do homem, gesto de Jesus Cristo, verdadeiro Deus e verdadeiro homem.
Por conseguinte, a celebração eucarística é muito mais do que um simples banquete: é precisamente o memorial da Páscoa de Jesus, o mistério fulcral da salvação. «Memorial» não significa apenas uma recordação, uma simples lembrança, mas quer dizer que cada vez que nós celebramos este Sacramento participamos no mistério da paixão, morte e ressurreição de Cristo. A Eucaristia constitui o apogeu da obra de salvação de Deus: com efeito, fazendo-se pão partido para nós, o Senhor Jesus derrama sobre nós toda a sua misericórdia e todo o seu amor, a ponto de renovar o nosso coração, a nossa existência e o nosso próprio modo de nos relacionarmos com Ele e com os irmãos. É por isso que geralmente, quando nos aproximamos deste Sacramento, dizemos que «recebemos a Comunhão», que «fazemos a Comunhão»: isto significa que, no poder do Espírito Santo, a participação na mesa eucarística nos conforma com Cristo de modo singular e profundo, levando-nos a prelibar desde já a plena comunhão com o Pai, que caracterizará o banquete celestial, onde juntamente com todos os Santos teremos a felicidade de contemplar Deus face a face.
Estimados amigos, nunca daremos suficientemente graças ao Senhor pela dádiva que nos concedeu através da Eucaristia! Trata-se de um dom deveras grandioso e por isso é tão importante ir à Missa aos domingos. Ir à Missa não só para rezar, mas para receber a Comunhão, o pão que é o corpo de Jesus Cristo que nos salva, nos perdoa e nos une ao Pai. É bom fazer isto! E todos os domingos vamos à Missa, porque é precisamente o dia da Ressurreição do Senhor. É por isso que o Domingo é tão importante para nós! E com a Eucaristia sentimos esta pertença precisamente à Igreja, ao Povo de Deus, ao Corpo de Deus, a Jesus Cristo. Nunca compreenderemos todo o seu valor e toda a sua riqueza. Então, peçamos-lhe que este Sacramento possa continuar a manter viva na Igreja a sua presença e a plasmar as nossas comunidades na caridade e na comunhão, segundo o Coração do Pai. E fazemos isto durante a vida inteira, mas começamos a fazê-lo no dia da nossa primeira Comunhão. É importante que as crianças se preparem bem para a primeira Comunhão e que cada criança a faça, pois trata-se do primeiro passo desta pertença forte a Jesus Cristo, depois do Batismo e do Crisma.
Texto: Papa Francisco