SOLENIDADE DE TODOS OS SANTOS (ANO A)

A PALAVRA

A Solenidade de Todos os Santos é uma data importante no calendário litúrgico da Igreja Católica. Ela é um momento de honrar e lembrar todos os santos, conhecidos e desconhecidos, que viveram vidas exemplares de fé e devoção. Esta celebração é uma oportunidade para refletir sobre o legado daqueles que nos inspiram a viver vidas mais santas e caridosas. Além disso, é um lembrete de que a santidade está ao alcance de todos, independentemente de sua origem ou status, e que cada um de nós pode seguir o caminho da santidade em nossas próprias vidas. Portanto, a Solenidade de Todos os Santos nos convida a buscar modelos de virtude e a nos esforçar para viver de acordo com os ensinamentos cristãos, inspirados pelo testemunho daqueles que nos precederam na fé.

A primeira leitura (Ap 7,2-4.9-14) descreve uma visão celestial de uma multidão de santos de todas as nações adorando a Deus com pureza e redenção por meio de Cristo. Este trecho destaca a universalidade da santidade, incluindo todos os fiéis que viveram vidas de fé. A Solenidade de Todos os Santos nos lembra do chamado universal à santidade e nos incentiva a buscar uma vida de devoção, mantendo a esperança na recompensa eterna.

A segunda leitura (1Jo 3,1-3) enfatiza o amor de Deus, chamando-nos de “filhos de Deus“. Na Solenidade de Todos os Santos, celebramos aqueles que viveram vidas santas e se tornaram “filhos de Deus”. O texto nos lembra que a busca pela santidade é um processo contínuo, e a plena realização de nossa filiação divina será revelada quando Cristo retornar. Portanto, esta passagem ressalta a importância da santidade e da esperança na vida eterna, princípios centrais da celebração dos Santos.

O Evangelho (Mt 22,34-40), conhecido como as bem-aventuranças do Sermão da Montanha, descreve as características e atitudes abençoadas por Jesus. Ele é altamente relevante para a Solenidade de Todos os Santos, pois destaca virtudes como humildade, compaixão e desejo de justiça. Os santos exemplificam essas virtudes e nos inspiram a buscar a santidade em nossas próprias vidas, seguindo o modelo das bem-aventuranças e buscando a comunhão com Deus. Assim, o texto enfatiza o caminho da santidade e é apropriado para esta celebração.

Fonte de reflexão: Congregação dos Sacerdotes do Coração de Jesus

Leituras

Neste trecho, o autor, João, descreve uma visão em que ele contempla uma grande multidão de pessoas vestidas com vestes brancas que estão adorando a Deus. A ênfase está na diversidade representada nessa multidão, incluindo pessoas de todas as nações, tribos, povos e línguas. Essa diversidade realça a universalidade da salvação e da santidade, demonstrando que o chamado de Deus e a redenção por meio de Cristo estão disponíveis para todas as pessoas, independentemente de sua origem ou cultura. Portanto, este texto enfatiza a inclusão de todas as pessoas na promessa da vida eterna e na comunhão dos santos.

Eu, João,
2 vi um outro anjo,
que subia do lado onde nasce o sol.
Ele trazia a marca do Deus vivo
e gritava, em alta voz,
aos quatro anjos que tinham recebido o poder
de danificar a terra e o mar,
dizendo-lhes:
3 “Não façais mal à terra, nem ao mar nem às arvores,
até que tenhamos marcado na fronte
os servos do nosso Deus”.
4 Ouvi então o número dos que tinham sido marcados:
eram cento e quarenta e quatro mil,
de todas as tribos dos filhos de Israel.
9 Depois disso, vi uma multidão imensa
de gente de todas as nações,
tribos, povos e línguas,
e que ninguém podia contar.
Estavam de pé diante do trono e do Cordeiro;
trajavam vestes brancas
e traziam palmas na mão.
10 Todos proclamavam com voz forte:
“A salvação pertence ao nosso Deus,
que está sentado no trono, e ao Cordeiro”.
11 Todos os anjos estavam de pé, em volta do trono
e dos Anciãos e dos quatro Seres vivos e prostravam-se,
com o rosto por terra, diante do trono.
E adoravam a Deus, dizendo:
12 “Amém. O louvor, a glória e a sabedoria,
a ação de graças, a honra, o poder e a força
pertencem ao nosso Deus para sempre.
Amém”
13 E um dos Anciãos falou comigo e perguntou:
“Quem são esses vestidos com roupas brancas?
De onde vieram?”
14 Eu respondi:
“Tu é que sabes, meu senhor”.
E então ele me disse:
“Esses são os que vieram da grande tribulação.
Lavaram e alvejaram as suas roupas
no sangue do Cordeiro”.
Palavra do Senhor.

O Salmo proclama a majestade de Deus como Criador e Senhor de toda a Terra, convidando-nos a reconhecer Sua soberania e a nos aproximarmos Dele com corações puros.

R. É assim a geração dos que procuram o Senhor!

1 Ao Senhor pertence a terra e o que ela encerra, *
o mundo inteiro com os seres que o povoam;
2 porque ele a tornou firme sobre os mares, *
e sobre as águas a mantém inabalável. R.
 
3 “Quem subirá até o monte do Senhor, *
quem ficará em sua santa habitação?”
4a “Quem tem mãos puras e inocente coração, *
4b quem não dirige sua mente para o crime. R.


5 Sobre este desce a bênção do Senhor *
e a recompensa de seu Deus e Salvador”.
6 “É assim a geração dos que o procuram, *
e do Deus de Israel buscam a face”. R.

Este texto expressa a esperança de que, como filhos de Deus, seremos transformados e nos tornaremos semelhantes a Cristo quando Ele retornar, permitindo-nos ver a Deus em Sua verdadeira natureza. Isso destaca a aspiração cristã de alcançar a plena comunhão com Deus e a semelhança com Cristo.

Caríssimos,
1 vede que grande presente de amor o Pai nos deu:
de sermos chamados filhos de Deus!
E nós o somos!
Se o mundo não nos conhece,
é porque não conheceu o Pai.
2 Caríssimos, desde já somos filhos de Deus,
mas nem sequer se manifestou o que seremos!
Sabemos que,
quando Jesus se manifestar,
seremos semelhantes a ele,
porque o veremos tal como ele é.
3 Todo o que espera nele,
purifica-se a si mesmo,
como também ele é puro.
Palavra do Senhor.

Este texto destaca que aqueles que vivem de acordo com os princípios e virtudes mencionados nas Bem-Aventuranças serão recompensados nos céus, encorajando a alegria e a exultação, mesmo diante das dificuldades terrenas, devido à recompensa divina prometida para os que seguem esses valores.

Naquele tempo,
1 vendo Jesus as multidões, 
subiu ao monte e sentou-se.
Os discípulos aproximaram-se,
2 e Jesus começou a ensiná-los:
3 “Bem-aventurados os pobres em espírito,
porque deles é o Reino dos Céus.
4 Bem-aventurados os aflitos,
porque serão consolados.
5 Bem-aventurados os mansos,
porque possuirão a terra.
6 Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça,
porque serão saciados.
7 Bem-aventurados os misericordiosos,
porque alcançarão misericórdia.
8 Bem-aventurados os puros de coração,
porque verão a Deus.
9 Bem-aventurados os que promovem a paz,
porque serão chamados filhos de Deus.
10 Bem-aventurados os que são perseguidos
por causa da justiça,
porque deles é o Reino dos Céus.
11 Bem-aventurados sois vós, quando vos injuriarem
e perseguirem, e mentindo,
disserem todo tipo de mal contra vós, 
por causa de mim.
12 Alegrai-vos e exultai,
porque será grande a vossa recompensa nos céus”.
Palavra da Salvação.

Reflexão

SERÁ DIFÍCIL SER SANTO?

Queridos amigos e amigas,

Com a solenidade litúrgica de Todos os Santos, a Igreja proclama a santidade anônima, mas não menos notável, de tantos homens e mulheres que fazem parte do séquito de Cristo. Essa grande multidão, que, de acordo com o Livro do Apocalipse, ninguém conseguia contar, pertence a todas as raças, tribos, povos e línguas: apóstolos, mártires, virgens, confessores, doutores, pastores, homens santos, mulheres santas. E ainda poderíamos acrescentar nomes de diversas profissões e condições de vida, tornando a lista de santos e santas interminável.

Os santos e santas desconhecidos são aqueles que nos antecederam na Terra, vivendo vidas comuns, mas que nos inspiram com seus exemplos e agora intercedem perante Deus em nosso favor.

Será difícil ser santo? perguntam algumas pessoas. A verdade é que o verdadeiramente difícil é que a santidade – se existir – seja oficialmente reconhecida. Para isso, alguns milagres devem acontecer, além de um processo burocrático interminável e a utilização de muitos recursos financeiros. É assim que as coisas funcionam no palácio… No entanto, ser santo ou santa – o que é o mais importante – está ao nosso alcance, sempre contando com a graça de Deus.

Alguém disse que, para ser santo, não é preciso fazer nada extraordinário. Basta fazer as coisas comuns de forma extraordinariamente bem. Isso não é nada! No céu – quando formos – nos encontraremos com muitas pessoas simples cercadas por uma aura esplêndida de santidade porque aqui, na Terra, cumpriram com perfeição seus deveres familiares, cívicos e religiosos sem chamar a atenção: pais e mães, avós, vizinhos, colegas de trabalho e centenas de milhares de pessoas anônimas, algumas das quais conhecemos em algum momento ou cruzamos com elas na rua, no metrô, ou compartilhamos um elevador em nossa casa, etc.

Sejamos santos porque o Senhor é santo. Isso se aplica a todos.

Fonte: CIUDAD REDONDA