ORAÇÃO
Ó Incomparável Senhora da Conceição Aparecida, Mãe de Deus, Rainha dos Anjos, Advogada dos Pecadores, Refúgio e Consolação dos Aflitos e Atribulados, ò Virgem Santíssima, Cheia de Poder e Bondade, Lançai Sobre Nós um Olhar favorável, para que sejamos socorridos em todas as necessidades em que nos achamos.
Lembrai-vos clementíssima Mãe Aparecida, que não consta que todos os que tem a vós recorrido, invocado o vosso santíssimo nome e implorado vossa singular proteção, fosse por vós algum abandonado.
Animado com essa confiança, a vós recorro, tomo-vos de hoje para sempre por minha mãe minha protetora, minha consolação e guia, minha esperança e minha luz na hora da morte. Assim, pois, Senhora, livra-me de tudo o que possa ofender-vos e a vosso santíssimo Filho, meu Redentor e meu Senhor Jesus Cristo.
Virgem bendita preservai a este vosso indigno servo, a esta casa e seus habitantes da peste, fome, guerra, assalto, raios, tempestade e outros perigos e males que nos possam flagelar.
Soberana Senhora, dignai-vos dirigir-nos em todos os negócios espirituais e temporais; Livrai-nos das tentações do demônio para que trilhando o caminho da virtude, pelos merecimentos de vossa puríssima Virgindade e do preciosismo sangue de vosso filho, vos possamos ver, amar e gozar na eterna glória, por todos os séculos.
Amém.
Voltemos nosso olhar à Mãe Aparecida e peçamos que, como em Caná da Galileia (cf. Jo 2,1-11), Ela interceda, hoje e sempre, junto a Jesus Cristo.
No dia 12 de outubro, celebramos, no Brasil, a solenidade de Nossa Senhora da Conceição Aparecida.
Tudo começou quando Dom Pedro de Almeida Portugal, o conde de Assumar, chegou à Vila de Santo Antonio de Guaratinguetá , naquele dia de 17 de outubro de 1717, um domingo. Ele havia assumido ha pouco tempo o governo da Capitania de São Paulo e estava em viagem para as Minas Gerais, que naquela época fazia parte da Capitania por ele agora governada.
Durante a estada do Conde de Assumar em Guaratinguetá, o Capitão-mor da Vila, Domingo Antunes Fialho, no afã de agradar tão ilustre visitante, ordenou aos pescadores da localidade que colocassem suas canoas e suas redes nas águas do rio Paraíba, e destas retirassem a maior quantidade possível de peixes.
Entre os que foram incumbidos de trazerem pescados para Dom Pedro de Almeida Portugal e sua comitiva estava Domingos Martins Garcia, João Alves e Felipe Pedroso. Com suas canoas e redes eles iniciaram sua pescaria no Porto de José Corrêa Leite. Mas esta, a princípio, mostrou-se frustrante. Por mais que lançassem suas redes ou mudassem as canoas de lugar, nenhum peixe saia das águas.
A esperança já estava abandonando os três pescadores quando aproximaram suas canoas do Porto Itaguassú, distante seis quilômetros de onde iniciaram sua pescaria. Numa última tentativa atiraram suas redes na água.
Ao tentarem retirá-las do fundo do rio, uma delas deu sinal que havia pego alguma coisa. A esperança voltou e as redes saíram das águas. Entretanto, ao invés do brilho prateado das escamas dos tão desejados peixes, o que os três viram foi a negritude do corpo de uma imagem que representava a Virgem Maria.
O corpo estava ali, inerte e preso às malhas da rede. E a cabeça? Com o corpo da imagem colocado no fundo da canoa, novamente a rede foi lançada às águas. Retirada com muita calma e expectativa, trouxe em seu bojo a cabeça da imagem antes pescada. A surpresa tomou conta dos três pescadores. Depois, experimentaram e viram que a cabeça ajustava-se perfeitamente ao corpo, formando uma imagem da Imaculada Conceição. A imagem havia aparecido nas águas do rio Paraíba.
APARECEU… APARECIDA… A IMAGEM ERA DA IMACULADA CONCEIÇÃO…
Foi o bastante para que o povo espalhasse a noticia que três pescadores encontraram nas águas do rio Paraíba uma imagem de Nossa Senhora da Conceição Aparecida.
Durante quinze anos a imagem da Senhora Aparecida esteve em poder de Felipe Pedroso, que a entronizou em sua modesta casa.
Mal sabia ele que aquela imagem negra, feita de terra cota queimada, iria transformar a vida de Vila de Santo Antonio de Guaratinguetá, provocaria o surgimento de uma cidade, seria coroada Padroeira do Brasil, atrairia para junto de si milhões e milhões de peregrinos e teria sua atual Basílica sagrada por um Papa.
Felipe Pedroso, já em idade avançada, entregou a imagem de Nossa Senhora da Conceição Aparecida a seu filho Atanásio. Este, que morava nas cercanias do Porto itaguassú, ergueu em sua casa um tosco altar de madeira, onde colocou a santa. Sua casa, localizada às margens da estrada, tornou-se ponto obrigatório de encontro dos que moravam nas redondezas, e que ali se reuniam a fim de rezar aos pés da imagem.
O tempo foi passando e o culto a virgem Aparecida foi aumentando gradativamente. Agora não eram apenas os moradores de Itaguassú que procuravam a casa de Atanásio para rezar junto a imagem. Os que passavam pela estrada paravam na humilde moradia e, diante da Virgem, agradeciam graças recebidas e faziam pedidos.
O filho do pescador, vendo crescer o culto à imagem, talvez tenha chegado à conclusão que ela não mais lhe pertencia. Fora encontrada por seu pai e seus dois companheiros, mas na realidade pertencia ao povo. Estava certo Atanásio Pedroso! Em 1748, apenas 31 anos após o encontro da imagem, missionários jesuítas anotaram em seu diário de viagem que “muitos chegam de lugares distantes, pedindo ajuda para suas necessidades”.
Estes eram integrantes de caravanas que passavam pela estrada, caminhando em busca de novos horizontes, de nova vida, de novas esperanças… E paravam na pequena capela erguida à beira do caminho, pois a casa de Atanásio tornara-se pequena para conter os devotos da Virgem Aparecida.
Começou aí o movimento de peregrinos em torno da imagem que apareceu nas águas do rio Paraíba, no momento em que três homens perdiam a esperança de poder cumprir a tarefa que lhes fora imposta pelo Capitão-mor da Vila de Santo Antônio de Guaratinguetá. E, com isso, os prodígios realizados pela Senhora Aparecida atravessaram as fronteiras da Capitania de São Paulo, alcançaram as Minas da Gerais e os sertões de Goiás e de Mato Grosso.
A devoção foi crescendo no meio do povo e muitas graças foram alcançadas por aqueles que rezavam diante a imagem. A fama dos poderes extraordinários de Nossa Senhora foi se espalhando pelas regiões do Brasil. A família construiu um oratório, que logo tornou-se pequeno.
Em 1834 foi iniciada a construção de uma igreja maior (atual Basílica Velha). No ano de 1894, chegou a Aparecida um grupo de padres e irmãos da Congregação dos Missionários Redentoristas, para trabalhar no atendimento ao romeiro que acorriam aos pés da Virgem Maria para rezar com a Senhora “Aparecida” das águas.
A 8 de setembro de 1904, a imagem de Nossa Senhora da Conceição Aparecida foi coroada, solenemente, por D. José Camargo Barros. No dia 29 de Abril de 1908, a igreja recebeu o título de Basílica Menor.
Vinte anos depois, a 17 de dezembro de 1928, a vila que se formara ao redor da igreja no alto do Morro dos Coqueiros tornou-se Município.
Em 1929, nossa Senhora foi proclamada RAINHA DO BRASIL E SUA PADROEIRA OFICIAL, por determinação do Papa Pio XI.