Neste ano de eleições municipais, somos chamados a exercer nosso dever cívico, comparecendo às urnas para eleger prefeitos e vereadores que guiarão o futuro de nossos municípios. O voto é uma expressão essencial da democracia, uma oportunidade de contribuir para o bem comum, escolhendo líderes comprometidos com a justiça e a dignidade de todos. O Papa Francisco, em sua encíclica Fratelli Tutti, nos lembra que a verdadeira política é um serviço à sociedade, buscando sempre o respeito à dignidade humana e a promoção da justiça social.
Embora estejamos acostumados a ouvir promessas e discursos voltados para o bem comum, é crucial que nos perguntemos: quem está realmente comprometido? Papa Francisco, em suas reflexões, especialmente na Laudate Deum, destaca a necessidade de agirmos com sabedoria e atenção, cuidando da criação e enfrentando desafios como a crise climática. Precisamos de líderes que levem esses valores a sério, e a política deve ser conduzida com base no cuidado, respeito e esperança.
A melhor política é aquela que oferece soluções para problemas reais: saúde de qualidade, educação acessível, saneamento básico e uma economia sustentável. Esses são direitos fundamentais que precisam ser concretizados. Não basta que estejam nos planos de governo; é preciso que sejam colocados em prática com equidade e caridade, promovendo o bem comum de todos os cidadãos.
A Igreja Católica tem sido uma voz importante nesse diálogo, ajudando na formação de uma consciência política cristã por meio de sua Doutrina Social. A dignidade humana está no centro dessa visão, e somos chamados a reconhecer Cristo naqueles que sofrem, nos marginalizados e excluídos. A política que buscamos deve ser capaz de responder a essas realidades, oferecendo não apenas assistência emergencial, mas uma verdadeira reintegração e inclusão social.
O desafio é grande, mas possível. Precisamos de políticas públicas humanizadas, que ofereçam apoio efetivo para aqueles que mais necessitam, promovendo tratamentos adequados, capacitação e reintegração no mercado de trabalho. Isso exige líderes com visão e comprometimento com a justiça social, que trabalhem em colaboração com a sociedade civil e as comunidades de fé para garantir que ninguém seja deixado para trás.
Fazer política, segundo os ensinamentos da Igreja, é mais do que uma questão de poder; é um compromisso com a responsabilidade moral e social. Que nossas escolhas nas urnas reflitam o desejo de construir uma sociedade mais justa e fraterna, onde a caridade e a fé sejam as bases para o bem comum. E que os líderes eleitos sejam iluminados pela luz de Cristo, para que, em seus mandatos, promovam verdadeiras transformações que beneficiem a todos.
Texto base: ELEIÇÕES MUNICIPAIS 2024
Autor: Dom Mário Antonio
Fonte: CNBB