Neste domingo, as cerimônias celebram a gloriosa ressurreição de Jesus, proclamando a sublime vitória da Vida sobre a morte, do Amor sobre o ódio, do Bem sobre o mal e da Verdade sobre a mentira. É um testemunho da Luz que prevalece sobre as trevas, assegurando-nos que a morte não pode aprisionar aqueles que generosamente transformam suas vidas em um presente de amor.
Na primeira leitura (At 10,34a.37-43), Pedro, em nome da comunidade, evoca o exemplo de Cristo, que atravessou o mundo espalhando benevolência e cuja vida foi totalmente dedicada a Deus e à humanidade. Assim, Deus O ressuscitou, revelando que o caminho que Jesus trilhou e ensinou leva à plenitude da Vida. Os discípulos, como testemunhas dessa dinâmica, são chamados a proclamar este “CAMINHO” a toda a humanidade.
O Evangelho (Jo 20,1-9) nos convida a contemplar o túmulo vazio de Jesus e a “ACREDITAR“: aquele que verdadeiramente segue os passos de Jesus, compreendendo Sua mensagem e pronto para segui-Lo, sabe que a maneira como Ele viveu e amou não poderia ser encerrada pelo túmulo, pelo fracasso ou pelo vazio. Assim, estão sempre prontos para acolher a Boa Nova da ressurreição.
A segunda leitura (Cl 3,1-4 ou 1Cor 5,6b-8) nos lembra que, ao sermos unidos a Cristo ressuscitado pelo batismo, deixamos para trás o pecado e nascemos para uma nova Vida. Enquanto jornadeamos por este mundo, somos chamados a testemunhar essa nova Vida por meio de nossas ações, nosso amor e nosso serviço a Deus e aos nossos semelhantes.
Fonte: Congregação dos Sacerdotes do Coração de Jesus
LEITURAS
Partilhamos de uma comunhão divina, nos deleitamos em sua presença após sua ressurreição triunfante dos abismos da morte.
depois do batismo pregado por João:
Ele andou por toda a parte, fazendo o bem
e curando a todos os que estavam dominados pelo demônio;
Eles o mataram, pregando-o numa cruz.
a nós, que comemos e bebemos com Jesus,
depois que ressuscitou dos mortos.
Juiz dos vivos e dos mortos.
recebe, em seu nome, o perdão dos pecados'”.
Palavra do Senhor.
Elevemos nossos corações em gratidão ao Senhor, pois Sua bondade é infinita, Sua misericórdia perdura para sempre. Que ressoe em cada lar de Israel: a eternidade de Sua compaixão. As mãos do Senhor desdobram prodígios, Sua grandiosidade se manifesta em cada obra. Em meio à vida, não sucumbirei, mas persistirei para proclamar as maravilhas do Senhor. A pedra rejeitada pelos construtores tornou-se a base fundamental. Tudo isso provém do Senhor e é verdadeiramente maravilhoso aos nossos olhos.
R. Este é o dia que o Senhor fez para nós:
alegremo-nos e nele exultemos!
16 A mão direita do Senhor fez maravilhas, *
a mão direita do Senhor me levantou,
17 Não morrerei, mas ao contrário, viverei *
para cantar as grandes obras do Senhor! R.
22 A pedra que os pedreiros rejeitaram, *
tornou-se agora a pedra angular.
23 Pelo Senhor é que foi feito tudo isso: *
Que maravilhas ele fez a nossos olhos! R.
Que nossa busca incessante se dirija às alturas, onde reside a presença de Cristo, convocando-nos a alcançar as mais sublimes aspirações da alma.
revestidos de glória.
Palavra do Senhor.
Cantai, cristãos, afinal:
“Salve, ó vítima pascal!”
Cordeiro inocente, o Cristo
abriu-nos do Pai o aprisco.
Por toda ovelha imolado,
do mundo lava o pecado.
Duelam forte e mais forte:
é a vida que enfrenta a morte.
O rei da vida, cativo,
é morto, mas reina vivo!
Responde pois, ó Maria:
no teu caminho o que havia?
“Vi Cristo ressuscitado,
o túmulo abandonado.
Os anjos da cor do sol,
dobrado ao chão o lençol…
O Cristo, que leva aos céus,
caminha à frente dos seus!”
Ressuscitou de verdade.
Ó Rei, ó Cristo, piedade!
Ele estava destinado a emergir triunfante dos domínios da morte, iluminando assim a jornada da Vida com sua ressurreição.
bem de madrugada, quando ainda estava escuro,
e viu que a pedra tinha sido retirada do túmulo.
aquele que Jesus amava,
e lhes disse:
e não sabemos onde o colocaram”.
e chegou primeiro ao túmulo.
Viu as faixas de linho deitadas no chão
mas enrolado num lugar à parte.
Ele viu, e acreditou.
Palavra da Salvação.
Reflexão
A EXPERIÊNCIA DO RESSUSCITADO
É notável que o Ressuscitado escolha as mulheres para seu primeiro encontro. Na Vigília de ontem, Marcos nos contou sobre algumas mulheres que se dirigiam ao sepulcro. Hoje, João nos apresenta o encontro com Maria Madalena. O Ressuscitado não se manifestou a Pilatos para repreendê-lo por sua irresponsabilidade e corrupção, nem ao grande César de Roma. Não apareceu às autoridades do Templo que o condenaram em Nome de Deus e Sua Lei sagrada. Nem mesmo aos Doze discípulos “homens” com quem passou tanto tempo. Foi como uma leve repreensão do Ressuscitado.
As mulheres, naquela época da sociedade judaica, tinham pouca importância, mas tinham duas qualidades a seu favor: amavam Jesus intensamente. Tanto assim que partiram sem pedir a ajuda de um homem para remover a enorme pedra do sepulcro. E segundo, não tinham medo de se mostrar, de deixar claro que o conheciam, que estiveram com ele e, mesmo após a morte e o desprezo, continuavam amando-o. CORAGEM e AMOR.
Após elas, aos poucos, os discípulos e outros apóstolos teriam experiências semelhantes. Mas não pensem que a experiência da ressurreição foi imediata, que ocorreu no mesmo dia. Nem todos acreditaram de imediato. João diz que o discípulo amado “VIU E CREU“, mas não menciona o mesmo de Pedro. O túmulo vazio não foi suficiente para ele.
Ao longo de semanas, meses e até anos (pensem em São Paulo), aqueles que conheceram Jesus (e alguns que não o conheceram pessoalmente) foram percebendo que Ele estava vivo e que isso transformava completamente suas vidas. Já não podiam continuar como antes. Se Ele estava vivo após ter morrido, significava que sua mensagem, seu estilo de vida, sua vida inteira foi validada pelo Pai que o ressuscitou. Nunca esqueçamos que o Ressuscitado é o Crucificado, e foi assim por causa de pessoas e motivações específicas: Jesus confrontou mentalidades, denunciou muitas coisas… E agora, por ter ressuscitado, é como se o Pai tivesse ratificado sua vida e seu testemunho vivo… Portanto, vale a pena levar isso a sério! Deus nunca agiu de forma tão clara e definitiva com mais ninguém. Havia muito o que repensar e mudar.
Alguém me disse recentemente: “A Quinta-feira Santa é o dia mais importante da Semana Santa”. Olhando para a religiosidade popular, poderíamos pensar que a Sexta-feira Santa é o dia mais significativo. Mas não é. Se fosse assim, estaríamos apenas “lembrando” mais uma vez a morte injusta de um inocente nas mãos de um poderoso. E a “lembrança” é importante, claro que é. Mas por si só não resolve nada. Chegaríamos à conclusão de que o vencedor de sempre saiu vitorioso, sem que Deus tivesse feito nada a respeito.
Ainda bem que não é assim. A RESSURREIÇÃO DE JESUS significa que apenas uma vida proposta, vivida e oferecida do amor… faz sentido, é mais poderosa que a morte. Portanto, não é indiferente como cada um vive sua vida pessoal. Há vidas que se “perdem”, que são desperdiçadas, que são condenadas. E há outras que estão nas mãos de Deus, Senhor da História e da Vida, destinadas à plenitude (PAI, NAS TUAS MÃOS ENTREGO O MEU ESPÍRITO).
O túmulo vazio e a ausência do corpo do Mestre… não provam nada. Os primeiros “relutantes” em acreditar que o Senhor estava vivo foram os próprios discípulos. O que as mulheres (especialmente elas) e outras testemunhas lhes disseram… não foi suficiente. A FÉ não é acreditar no que os outros viveram ou contaram, mas ter nossa PRÓPRIA EXPERIÊNCIA PESSOAL, perceber que Ele está vivo e que nos salva. Este é o cerne da nossa fé.]
Algumas dicas simples que poderiam facilitar esta experiência, com base na experiência dos primeiros discípulos:
- Em primeiro lugar, eles sentiram que Jesus estava entre eles quando se reuniam “em seu nome”. Ou seja, na COMUNIDADE. Você tem que estar entre os seus, com os seus, e aceitar ser um deles.
- Em segundo lugar, a EUCARISTIA. Quando fazem o mesmo que Ele fez, partilhando o pão, bebendo do cálice e comprometendo-se a viver do mesmo jeito, Ele está presente entre eles. Com o tempo, alguns podem dizer com São Paulo: “Já não sou eu quem vive, mas é Cristo que vive em mim“. Cada discípulo de Jesus é transformado em outro Cristo, continuando a fazer as mesmas coisas que Ele fez então.
- Em terceiro lugar, QUANDO REZAM, deixam-se interrogar pelo que Jesus disse e fez. Quando ouvem com o coração, como Maria, e não apenas com a mente, para trazê-Lo à vida. Quando perguntam: Senhor, o que devo fazer para entrar no Reino? Qual é a Tua vontade para mim? Quando ousam fazer suas próprias orações, que outros já fizeram antes e foram ouvidos: Se quiseres, podes me curar; Senhor, que eu veja; Senhor, minha filha está muito doente; Eu sou um pecador, pequei contra o céu e contra Ti e tantas outras.
- E também, quando movidos pela MISERICÓRDIA, reconhecem o Senhor naqueles com quem Ele quis se identificar especialmente: quem acolhe uma destas crianças, a mim acolhe; e quem dá de comer ao faminto, ao sedento de beber, ao nu que vestes, ao enfermo que visitas, ao refugiado que acolhes… faz isso a Mim. Lá continuamos a encontrá-Lo.
Já disse que a experiência de que Cristo havia ressuscitado foi se construindo aos poucos. E os apóstolos também foram mudando, tornando-se novos homens, aos poucos. É por isso que a Igreja celebra este dia de Páscoa por 50 dias, como se dissesse: você também vai RESSUSCITAR. E mais: o último empurrão para a ressurreição, aquele que abrirá nossas portas fechadas, nossos corações de pedra, nos será dado pelo Espírito do Ressuscitado, o ESPÍRITO SANTO.
Portanto, oremos com fervor durante este TEMPO PASCAL, desejando ser ressuscitados, desejando que o Senhor nos ressuscite (não é a nossa vontade), e repitamos muitas vezes: VEM, ESPÍRITO SANTO! Esta é uma das melhores orações possíveis.
Texto: QUIQUE MARTÍNEZ DE LA LAMA-NORIEGA, cmf
Fonte: CIUDAD REDONDA (Missionários Claretianos)