ORAR, TRABALHAR E SOFRER

CLARETIANOS

SANTOS PARA OS TEMPOS CRÍTICOS
O magistério dos santos está submetido aos vaivens da história. Há épocas em que o que vivem e dizem se converte em pauta para os demais. Há outras em que suas vidas são trituradas pela vulgaridade e ficam deslocados pelas estrelas fugazes do momento. Os “santos” de hoje são os astros do esporte e do espetáculo, algum excêntrico, poucos cientistas e pesquisadores e quase nenhuma pessoa dedicada só a entregar sua vida a Deus e aos demais.

A nossa não é uma época muito inclinada a escutar os santos, embora se continue invocando como intercessores. Com a desculpa, por demais vazia, de que pertencem a outros tempos e não têm muito que trazer aos nossos, passam desapercebidas sua sabedoria de vida e sua autenticidade evangélica. NÓS OS ADMIRAMOS, OS INVOCAMOS, MAS NÃO OS IMITAMOS.

Todo santo é uma proposta de humanidade bem sucedida, porque chegaram até o centro e em profundidade. E somente desde o centro e desde a profundidade se iluminam as encruzilhadas humanas. Os tempos conflitivos como os nossos são precisamente os que mais precisam dos santos. Eles nos oferecem o Evangelho feito história, encarnado em um determinado tempo. Não nos oferecem respostas pré-fabricadas aos problemas que hoje nos angustiam, mas nos apontam claramente o caminho. A nenhum deles foi fácil viver o evangelho em seu tempo. As dificuldades não são exclusivas dos tempos presentes.

SANTO ANTÔNIO MARIA CLARET é um dos santos que Deus deu de presente à humanidade, que viveu e morreu no século XIX (1807-1870), e desenvolveu suas atividades na Europa (Espanha, Itália, França) e na América (Cuba). Para muitos, o simples fato de ser um santo do século dezenove o torna incapaz de dizer algo significativo ao povo de hoje. Um santo daquele século é, queiramos ou não, um santo que pertence ao passado, do qual queremos nos desprender. Os santos dos primeiros séculos ou da idade média podem ser admirados sem muitos problemas hermenêuticos. A distância no tempo permite todo tipo de projeções. Mas, como fazer o mesmo com um santo que está aí na esquina e de quem se sabem tantas coisas? Sem um esforço para superar os preconceitos e descobrir o essencial dentro da história, torna-se impossível recuperar estes irmãos e irmãs que “tiveram a desgraça” de viver muito perto de nós, e até parece difícil descobrir neles a ação do Espírito de Deus.

A FÓRMULA CARISMÁTICA DO MISSIONÁRIO

Santo Antônio Maria Claret fundou a Congregação dos Filhos do Imaculado Coração de Maria no dia 16 de julho de 1849. Em um quarto do velho seminário conciliar de Vic (Barcelona), reuniu os cinco primeiros companheiros com a idéia de constituir um grupo de missionários itinerantes.

Vencendo o calor do verão vicense, começam seu particular itinerário com dez dias de exercícios espirituais. Em uma das meditações, Claret explica a seus novos irmãos o que ele entende por um “FILHO DO CORAÇÃO DE MARIA”. A fórmula a conservamos todos os Claretianos do mundo como uma espécie de “carteira de identidade”. Trata-se de uma descrição breve, densa e atrativa, algo semelhante ao que Karl Rahner sugeria aos institutos religiosos para explicar o próprio carisma, tendo em vista uma boa proposta vocacional. A fórmula de Claret diz assim:

“Um Filho do Imaculado Coração de Maria é um homem que arde em caridade e abrasa por onde passa, deseja e procura eficazmente por todos os meios possíveis inflamar o mundo inteiro com o fogo do divino amor. Nada o detém, alegra-se nas privações, enfrenta os trabalhos, abraça os sacrifícios, compraz-se nas calúnias e tormentos que sofre. Não pensa senão em como seguir e imitar Jesus Cristo no orar, no trabalhar e no sofrer, e no procurar só e unicamente a maior glória de Deus e a salvação dos homens”.

Este é o contexto dos três verbos (ORAR, TRABALHAR E SOFRER) que dão título a esta meditação. Como se pode observar, os três condensam a maneira como Antônio Maria Claret entende o seguimento de Jesus Cristo a serviço da glória de Deus e da salvação dos homens. Poderíamos dizer que os três verbos apontam os núcleos centrais de um itinerário evangélico.

A fórmula em que se incluem estes três verbos está construída a partir do símbolo do fogo. Seu vigor cósmico e bíblico é evidente. O fogo, em atraente e fugidia realidade, esquenta, arde, purifica, ilumina, etc. Para Claret, o fogo é Deus mesmo, seu amor, manifestado através da ação do seu Espírito vivificador. Em certo sentido, é também Maria. Claret a chama “FRÁGUA DE MISERICÓRDIA E AMOR” em uma preciosa oração que costumava recitar no começo das missões populares.

Por isso, o “FILHO DO IMACULADO CORAÇÃO DE MARIA é, como os profetas, um homem tocado pelo fogo. Na fórmula inicial se diz que tem que deixar-se abrasar para arder em caridade e assim poder inflamar o mundo inteiro no fogo do divino amor. Este “circuito carismático” fica perfeitamente expresso nos três verbos aos quais se faz alusão na fórmula:

  • ORAR (o fogo da relação) como Jesus.
  • TRABALHAR (o fogo da ação)como Jesus.
  • SOFRER (o fogo da paixão) como Jesus.

Deixemos que o mesmo Santo nos conte sua experiência através de alguns textos extraídos de sua Autobiografia. O estilo é de outros tempos. O conteúdo substancial é válido para os nossos tempos.

ORAR, O FOGO DA RELAÇÃO

Nenhum fogo ilumina sem arder. Nenhum objeto arde se não há uma fonte de calor. Antônio Maria Claret se serviu da força do símbolo para expressar a dinâmica da vida cristã e, mais concretamente, sua dimensão missionária. O missionário não ilumina, nem aquece, “ARDE EM CARIDADE”. E não pode arder em caridade se não se deixar abrasar pelo amor de Deus.

Com seu habitual estilo rasteiro, conta assim na autobiografia:

“A virtude mais necessária é o AMOR“. Sim, digo e direi mil vezes: a virtude de que mais precisa um missionário apostólico é o amor. Deve amar a Deus, a Jesus Cristo, a Maria Santíssima e ao próximo. Se não tiver amor, todos os seus belos talentos serão inúteis; mas, se tiver grande amor e mais os talentos naturais, terá tudo. A quem prega a Palavra o amor faz o que faz o fogo no fuzil. Se um homem atirar uma bala com os dedos, bem pouco dano fazer, mas, se esta mesma bala for lançada pelo fogo da pólvora, matará. Assim é a divina Palavra. Se for pronunciada naturalmente, bem pouco efeito fará, mas se for dita por um sacerdote cheio do fogo de caridade, de amor a Deus e ao próximo, ferirá vícios, matará pecados, converterá os pecadores, operará prodígios.

Não explica isto a ineficácia de muitas de nossas ações? Fazemos muitas coisas, mas sem fogo, alimentados por energias menores: o desejo de agradar, um sentido difuso de filantropia, o cumprimento do dever, etc. Bem, e agora? Como é que alguém pode se deixar inflamar pelo fogo do amor? Onde está o segredo? Esta pergunta nós a formulamos a nós mesmos com certa frequência, sobretudo em momentos nos quais, cansados de fazer propostas voluntaristas (antigas ou modernas), percebemos que nos falta energia para viver e que não transmitimos vida.

A cultura democrática e secular em que vivemos é incuravelmente voluntarista. Acha que tudo é resultado do planejamento e do esforço. Passam a um segundo plano, ou desaparecem de tudo, a graça e a sabedoria. É uma cultura que regula a vida social na base de contínuos “deve-se”: deve-se dirigir a menos de 120 por hora, deve-se jogar o lixo nos recipientes específicos, deve-se fazer declaração de imposto de renda, deve-se salvar as baleias, deve-se respeitar a camada de ozônio, deve-se fumar o menos possível, deve-se….

Também existe uma espiritualidade do DEVE-SE, baseada no cumprimento de objetivos e práticas:

Deve-se aprender a respirar, deve-se fazer uma hora diária de meditação, deve-se unir ação e contemplação, deve-se integrar a experiência de Deus na trama da vida ordinária, deve-se descobrir Deus nos pobres…

Os santos são grandes peritos no “deve-se”. Comprometem-se seriamente com a realidade de cada dia. Mas, diferentemente dos voluntaristas, a energia, o fogo, lhes vem de uma fonte mais profunda que de uma vontade treinada ou de uma sensibilidade ética. Esta fonte “que emana e corre” ou este fogo interior, que está mais aquém e mais além de qualquer compromisso, se acende através da oração. Este é o grande segredo! Claret, homem apostólico, sabia disto muito bem. Por isto, em sua gramática evangélica, conjugou sempre, desde muito pequeno, o verbo ORAR:

 “Estimulado a trabalhar para a maior glória de Deus e para a salvação das almas, como disse até aqui, direi agora de que meios me servi para conseguir este fim, conforme o Senhor me deu a conhecer como mais apropriados e adequados. O primeiro meio de que me servi sempre e me sirvo é a oração. Este é o meio maior que achei que devia usar para obter a conversão dos pecadores, a perseverança dos justos e o alívio das almas do Purgatório. E por isto, na meditação, na missa, nas preces e nas demais devoções que praticava e jaculatórias que fazia, sempre pedia a Deus e à Santíssima Virgem Maria estas três coisas”.

Para ele a oração não era só um exercício pessoal, mas uma experiência comunitária, eclesial. Estava consciente da importância de criar uma rede de orantes para que o fogo se fizesse mais intenso:

“Não só orava eu, mas ainda pedia às Monjas, às Irmãs de Caridade, Terciárias e a todas as pessoas virtuosas e zelosas que orassem. Para isto, pedia que ouvissem a santa Missa e que recebessem a sagrada Comunhão, e que durante a Missa e depois de ter comungado apresentassem ao Eterno Pai o seu Santíssimo Filho e que em seu nome e por seus méritos lhe pedissem estas três graças, como já disse, isto é: a conversão dos pecadores, a perseverança dos justos e o alívio das pobres almas do Purgatório. Também lhes dizia que se servissem da visita ao Santíssimo Sacramento e da devoção da Via Sacra”.

O FOGO DA ORAÇÃO TEM UM EFEITO EVANGELIZADOR. Quem arde, queima e ilumina. Claret estabelece uma relação estreita entre sua experiência de oração e o compromisso apostólico. Na base da experiência mística da conservação das espécies sacramentais, escreve:

“No dia 26 de agosto de 1861, achando-me em oração na Igreja do Rosário, na Granja, às 7 da tarde, o Senhor me concedeu a grande graça da conservação das espécies sacramentais e ter sempre, dia e noite, o Santíssimo Sacramento no peito, por isto, eu sempre devo estar muito recolhido e devoto interiormente; e, além disso, devo orar e fazer frente a todos os males da Espanha, como assim me disse o Senhor”.

Como ele conjugava na prática o verbo orar? Um pouco deformados por certa literatura elitista sobre a oração, imaginamos os santos praticarem um tipo de oração reservada só a uns poucos privilegiados. Para nos curar destes preconceitos, nos faz bem ouvir o testemunho de Claret:

“A oração vocal para mim talvez me vá melhor que a pura mental, graças a Deus. Em cada palavra do ‘Pai nosso, Ave Maria e Glória’ vejo um abismo de bondade e misericórdia. Deus nosso Senhor me concede a graça de estar muito atento e fervoroso quando rezo ditas orações. Na oração mental também me concede o Senhor, por sua bondade e misericórdia, muitas graças; mas na vocal me sinto melhor”.

Orava como o fizeram e o fazem milhões de homens e mulheres simples: usando a “ORAÇÃO DE JESUS” e outras fórmulas simples conhecidas pela tradição. Isto sim, em cada palavra via “um abismo de bondade e de misericórdia”.

O Claret da etapa final, da França e Roma (1868-1870), intensifica o verbo que o acompanhou desde pequeno. Ao término da sua vida, orar significa a rendição completa a Deus. São os anos do desterro e da morte.

Um verbo leva a outro verbo. A oração que Claret pratica o leva ao trabalho e ao sofrimento pelo evangelho:

“De algum tempo para cá, Deus Nosso Senhor, por sua infinita bondade, me revela muitas coisas quando estou em oração, me deixa com muita vontade de trabalhar e sofrer para sua maior honra e glória e bem das almas”.

TRABALHAR: O FOGO DA AÇÃO

Em Claret a laboriosidade era uma virtude adquirida desde a infância. Fazia parte das virtudes do povo catalão. Falando da sua infância e juventude, recorda o que para ele significava trabalhar:

“Como meu pai era fabricante de fios e tecidos, me pus na fábrica a trabalhar. Eu obedeci sem dizer uma palavra, nem fazer cara feia, nem manifestar desgosto. Pus-me a trabalhar e trabalhava quanto podia, sem ter jamais um dia de preguiça, nem má vontade; e fazia tudo tão bem como sabia, para não desgostar em nada meus queridos pais, a quem amava muito e eles também a mim”.

Como em tudo o mais, seu modelo é Jesus. Trabalhar como trabalhava Jesus:

“Quem mais e mais me move sempre é contemplar Jesus Cristo, ver como vai de um povoado a outro, pregando por todas as partes; não só nos povoados grandes, mas também nas aldeias; até a uma só mulher, como o fez com a Samaritana, embora se achasse cansado do caminho, com sede, em uma hora muito intempestiva, tanto para ele como para ela”. Seu programa de vida o sintetiza nesta frase: “Comer pouco e trabalhar muito”.

Este verbo se desenvolve mais em sua etapa de missionário apostólico por terras da Catalunha, Canárias e Cuba. Claret tem entre 34 e 49 anos. Está na plenitude de suas faculdades.

Não é fácil conjugar hoje o verbo TRABALHAR. Por uma parte, é um dos verbos favoritos da nossa cultura burguesa e produtivista. O trabalho é a porta de entrada no circuito do consumo. Não ter trabalho significa ficar excluído do acesso aos bens e não desenvolver as próprias possibilidades. Por outra, cresceu uma corrente crítica que desmascara o trabalho como substitutivo do vazio humano. Frequentemente, não só se trabalha para viver, mas também se vive para trabalhar.

Que entende um santo como Claret por trabalhar? Como ele conjuga este verbo? Aqui não se pretende fazer um resumo da sua grande obra no campo da evangelização, mas chegar às suas motivações. O objetivo do seu trabalho é nítido: QUE DEUS “SEJA CONHECIDO, AMADO, SERVIDO E LOUVADO” POR TODOS. Às vezes o expressa com relação à sorte do homem, especialmente do pecador. Quer a todo custo que viva e que viva abundantemente. Não pode tolerar a perdição eterna de nenhum filho ou filha de Deus:

“Esta mesma ideia é a que mais me tem feito e me faz trabalhar ainda e me fará trabalhar, enquanto viva, na conversão dos pecadores”.

Quão difícil é transmitir a força destas motivações em uma cultura como a nossa, que, desde o valor da tolerância, escorrega pela encosta do “vale tudo”! “Se tudo dá no mesmo, o caminho fica livre”. “Cada um se vira como pode”. Não é fácil encontrar pessoas que queiram trabalhar pelo evangelho sem pôr condições. Também entre os religiosos cresceu a consciência de que não somos mão de obra barata para qualquer trabalho. Valorizamos a especialização. Exigimos harmonia entre trabalho e lazer. Queremos que se coloque preço justo em nossas qualidades e preferências. Procuramos uma legítima recompensa, inclusive econômica. Tudo isto são conquistas de uma vida religiosa que prestou cada vez mais atenção em sua dimensão antropológica. Dito isto, que espaço fica ao zelo missionário? Até que ponto trabalhamos generosamente para que Deus “seja conhecido, amado, servido e louvado” sem esperar recompensa? Vivemos hoje tempos de paixão generosa, de oferecimento sem medida?

O zelo nunca surge quando se busca a todo custo o equilíbrio. Surge quando o fogo nos devora.

Todo impulso evangélico tem algo de exagerado, de sem-medidas. Sem a paixão do orar não surge o impulso do trabalhar. Quando levamos dentro o fogo, em seguida surgem as expressões da ação.

Quando não há fogo, todos os projetos e programas nascem mortos, são superestruturas que nos confundem.

SOFRER: O FOGO DA PAIXÃO

A conjugação deste verbo não surge de nenhuma patologia masoquista. Surge da única fonte possível: Jesus Cristo. Claret O contempla em seu mistério pascal e se estremece diante do seu sofrimento:

“Jesus Cristo, para a glória do seu Pai e para a salvação das almas, o que não fez? Ai!, contemplo-O em uma cruz morto e desprezado. Eu também, ajudado por sua graça, estou disposto a sofrer penas, trabalhos, desprezos, burlas, murmurações, calúnias, perseguições e até a mesma morte”.

Estas palavras não são retóricas. Claret sofreu mais de uma dúzia de atentados e uma intensa campanha de perseguição. Morreu no desterro. Como pôde enfrentar tanto sofrimento? Ele mesmo o explica:

“Neste ano fui caluniado e perseguido por toda classe de pessoas, pelos jornais, por folhetos, por livros parodiados, por fotografias e por muitas outras coisas e até pelos mesmos demônios. Um pouquinho, às vezes, ressentia a natureza, mas me tranquilizava logo e me resignava e me conformava com a vontade de Deus. Contemplava Jesus Cristo e via quão longe estava eu de sofrer o que Jesus Cristo sofreu por mim e assim me tranquilizava”.

O amor implica dar a vida. Não pode existir amor sem sofrimento. Não se trata, naturalmente, de um sofrimento patológico, fruto do mau funcionamento psíquico, mas do sofrimento que surge de uma vida impostada desde o amor. Claret cria uma expressão que o sintetiza bem porque ele mesmo o viveu em sua própria carne:

O FAZER E O SOFRER SÃO AS GRANDES PROVAS DO AMOR”.

Este é o verbo que mais conjuga o Claret da etapa de Madri. Tem entre 50 e 61 anos. São os anos duros: falta de trabalho, perseguições, calúnias. A configuração com o Cristo morto e ressuscitado se faz nele biografia.

O verbo sofrer, em seu sentido mais evangélico, adquire hoje novas expressões. Muitos religiosos sofrem pela situação geral da igreja, pelo ocaso das formas tradicionais de vida religiosa, pela falta de vocações, pela perda de reconhecimento social, pela sensação de que qualquer proposta atrai mais que o evangelho de Jesus. Estes sofrimentos históricos se unem a muitos outros que nascem da nossa condição de homens e mulheres do nosso tempo.

Poderemos conjugar serenamente este verbo, como o fizeram os santos, confiantes de que faz parte da configuração real com Jesus.
Texto: Gonzalo Fernández Sanz, cmf