
A liturgia deste domingo nos convida a refletir sobre a VOCAÇÃO, um chamado divino que ressoa no coração de todos. Deus, em sua graça e amor infinito, escolhe cada um de nós para colaborar em seu plano de salvação. Essa escolha não é baseada em mérito, mas em sua bondade. A questão central é: como responderemos a esse chamado?
Na Primeira Leitura (Is 6,1-2a.3-8), Isaías se vê diante da majestade de Deus e sente-se pequeno e indigno. No entanto, sua fragilidade não impede a missão que Deus lhe confia. O Senhor não escolhe os perfeitos, mas os disponíveis. Isaías, mesmo com receios, responde com coragem: “Eis-me aqui: podeis enviar-me”. Sua atitude nos ensina que o verdadeiro chamado exige confiança, entrega e disponibilidade. Quantas vezes sentimos medo de assumir nossa missão? Deus nos fortalece e capacita para seguir seu propósito. Ele conhece nossas limitações e, ainda assim, nos chama a fazer parte de sua obra.
No Evangelho (Lc 5,1-11), Jesus ensina no barco de Pedro, demonstrando sua proximidade com a comunidade cristã. Ele convida os discípulos a serem “pescadores de homens”, ou seja, a levar esperança àqueles que estão perdidos. Para isso, é necessário sair da zona de conforto e confiar plenamente em Deus. Assim como Pedro, somos chamados a lançar as redes, mesmo quando as circunstâncias parecem adversas. A missão cristã exige fé e disposição para enfrentar desafios.
Na Segunda Leitura (1Cor 15,1-11), São Paulo destaca a ressurreição de Cristo, um evento que transforma não apenas a história, mas também nossa maneira de viver. Antes perseguidor dos cristãos, Paulo foi tocado pelo Ressuscitado e nos convida a testemunhar essa nova vida.
Que possamos, como Isaías, Pedro e Paulo, confiar em Deus e responder com generosidade ao seu chamado, encontrando na entrega a verdadeira felicidade.
Leituras
No silêncio do coração, Deus sussurra: ‘Quem enviarei?’ E, como Isaías, respondemos com coragem: ‘Eis-me aqui, envia-me’, prontos para ser luz em um mundo que clama por esperança e amor.
o seu manto estendia-se pelo templo.
toda a terra está repleta de sua glória”.
e o templo encheu-se de fumaça.
mas eu vi com meus olhos o rei,
o Senhor dos exércitos”.
que retirara do altar com uma tenaz,
desapareceu tua culpa,
e teu pecado está perdoado”.
Eu respondi: “Aqui estou! Envia-me”.
Palavra do Senhor.
Diante do vosso templo, Senhor, prostro-me em gratidão, e minha alma canta entre os anjos, pois vossa fidelidade sustenta os que confiam, iluminando caminhos, renovando esperanças e transformando fraquezas em força e louvor eterno.
R. Vou cantar-vos, ante os anjos, ó Senhor,
e ante o vosso templo vou prostrar-me.
1 Ó Senhor, de coração eu vos dou graças, *
porque ouvistes as palavras dos meus lábios!
Perante os vossos anjos vou cantar-vos *
2a e ante o vosso templo vou prostrar-me. R.
b Eu agradeço vosso amor, vossa verdade, *
c porque fizestes muito mais que prometestes;
3 naquele dia em que gritei, vós me escutastes *
e aumentastes o vigor da minha alma. R.
4 Os reis de toda a terra hão de louvar-vos, *
quando ouvirem, ó Senhor, vossa promessa.
5 Hão de cantar vossos caminhos e dirão: *
“Como a glória do Senhor é grandiosa!” R.
7c Estendereis o vosso braço em meu auxílio *
e havereis de me salvar com vossa destra.
8 Completai em mim a obra começada;*
ó Senhor, vossa bondade é para sempre!
Eu vos peço: não deixeis inacabada *
esta obra que fizeram vossas mãos! R.
Anunciamos a verdade que transforma: Cristo morreu e ressuscitou por nós, e nessa esperança firmamos nossa fé, pois Ele é a rocha que sustenta nossos passos em meio às incertezas da vida.
e no qual estais firmes.
tal qual ele vos foi pregado por mim.
De outro modo, teríeis abraçado a fé em vão.
que Cristo morreu por nossos pecados,
segundo as Escrituras;
segundo as Escrituras;
Destes, a maioria ainda vive e alguns já morreram.
porque persegui a Igreja de Deus.
– não propriamente eu, mas a graça de Deus comigo.
Palavra do Senhor.
Ao ouvirem o chamado de Jesus, Pedro e seus companheiros deixaram redes, barcos e certezas para segui-Lo, mostrando que a verdadeira vida começa quando O colocamos no centro de tudo.
para ouvir a palavra de Deus.
Depois sentou-se e, da barca, ensinava as multidões.
e lançai vossas redes para a pesca”.
e nada pescamos.
Mas, em atenção à tua palavra, vou lançar as redes”. 6 Assim fizeram,
que as redes se rompiam.
Eles vieram, e encheram as duas barcas,
a ponto de quase afundarem.
porque sou um pecador!”
por causa da pesca que acabavam de fazer.
Jesus, porém, disse a Simão:
“Não tenhas medo!
De hoje em diante tu serás pescador de homens”.
Palavra da Salvação.
Homilia
RUMO A UM CRISTIANISMO VOCACIONAL

Somos mais importantes do que imaginamos. Cada um de nós pode e deve escutar o chamado de Deus, como o centro de sua vida. Sem vocação, nossa vida está descentrada. E, se não respondemos ao nosso chamado, nossa vida será um fracasso. As leituras deste V Domingo do Tempo Comum (Ano C) nos convidam a refletir sobre isso.
Dividirei esta homilia em três partes:
- O encontro transformador com o Mistério
- A necessidade de um cristianismo vocacional
- A obediência nos leva à nossa identidade autêntica
O ENCONTRO TRANSFORMADOR COM O MISTÉRIO
A vocação autêntica é muito mais do que uma simples inclinação pessoal. Ela é um encontro profundo e transformador com o Mistério divino. Ouvimos isso na primeira leitura do profeta Isaías.
Quando Deus nos chama, nossos olhos se abrem, nossos passos encontram direção e nos sentimos envoltos em Sua santidade. Esse encontro gera um “pasmo” – uma mistura de espanto, indignidade e alegria imensa. Foi assim que aconteceu com o profeta, que respondeu a Deus com estas palavras: “Eis-me aqui, envia-me a mim” (Isaías 6:8).
Este chamado nos desperta para uma nova realidade, onde as sombras da dúvida são dissipadas pela luz divina, e o coração, antes perdido em buscas vazias, encontra sua verdadeira vocação. Nos dias de hoje, em meio às distrações e desafios de nossa vida cotidiana, esse chamado de Deus continua a ressoar. Ele nos convida a ouvir com mais atenção, a enxergar com mais profundidade e a caminhar com mais confiança, sempre guiados pela Sua santidade. A resposta de Isaías, “EIS-ME AQUI”, é também nossa, um ato de entrega e confiança no plano divino que se revela em cada momento da nossa vida.

A NECESSIDADE DE UM CRISTIANISMO VOCACIONAL
No nosso mundo atual, precisamos mais do que nunca de um “cristianismo vocacional“. Ser cristão por vocação implica viver em uma gratidão constante, reconhecendo nossa indignidade e o imenso privilégio de sermos chamados por Deus. Este tipo de cristianismo nos afasta da arrogância e nos aproxima da humildade e do serviço.
A vocação profética, como a de Isaías ou Paulo, demonstra como Deus intervém diretamente na história humana. Esses chamados revelam a grandeza e o dramatismo da vocação, onde Deus transforma pessoas imperfeitas em Seus instrumentos.
Observe como, na segunda leitura da primeira carta aos Coríntios, São Paulo se atreve a dizer: “Eu sou o menor dos apóstolos; não sou digno de ser chamado apóstolo… e até se compara a um aborto.“. Sua vocação consistiu em um encontro com Jesus Cristo ressurreto.
Também a nós, Jesus se manifesta na normalidade da vida diária ou em momentos extraordinários. Esse encontro não é acaso, mas parte do plano divino.
Neste V Domingo do Tempo Comum, somos chamados a refletir sobre o caráter vocacional de nossa fé. Que cada um de nós, ao viver sua vocação, busque a humildade e o serviço que Cristo nos ensinou, lembrando que, assim como São Paulo, nossa dignidade não vem de nós mesmos, mas do encontro transformador com o Senhor. Que esse encontro nos conduza a uma vida de entrega generosa e verdadeira, onde a gratidão seja a força que sustenta todos os nossos passos.

A OBEDIÊNCIA NOS LEVA À NOSSA IDENTIDADE AUTÊNTICA
No evangelho, somos convidados a refletir sobre a história da pesca milagrosa. Nela, revela-se a importância de obedecer à Palavra de Deus, que nos chama e nos interpela. Por meio de sua obediência, Pedro pôde contemplar o milagre e se tornar “pescador de homens”. Ele, com humildade, disse a Jesus: “Mestre, estivemos a noite inteira trabalhando e não pegamos nada… Mas, por tua palavra, lançarei as redes.” A obediência à Palavra que nos chama nos conduz ao encontro da nossa verdadeira identidade.
Em tempos de grande busca por sentido e propósito, este episódio nos convida a refletir: em nossa vida cotidiana, onde estamos lançando as redes? Muitas vezes, nossas ações parecem infrutíferas, como se estivéssemos trabalhando sem alcançar resultados. Contudo, a Palavra de Deus é capaz de transformar nossa realidade, trazendo luz onde há escuridão e nos revelando nosso verdadeiro chamado.
Nosso momento atual, marcado por desafios e incertezas, necessita de uma escuta atenta da voz divina. Como Pedro, somos convidados a confiar na Palavra que nos chama, mesmo diante das dificuldades. A obediência não é apenas um ato de conformidade, mas um passo em direção à revelação de quem realmente somos, à nossa missão no mundo.
Que este evangelho, proclamado no V Domingo do Tempo Comum (Ano C), nos inspire a ouvir com mais profundidade, a confiar mais plenamente e a responder com generosidade ao chamado divino.
CONCLUSÃO
Estejamos atentos aos chamados de Deus em nossas vidas. Não apenas uma vez… sua voz soará muitas vezes. Não temamos nos sentir indignos. É justamente em nossa fraqueza que Deus manifesta sua força. Lembremos das palavras de Maria: “Fazei o que Ele vos disser.” (João 2:5). Na obediência a Jesus e na docilidade ao Espírito Santo, encontraremos a beleza e a força de nossa vocação.
Que estas palavras nos convidem a refletir sobre os caminhos que Deus traça para cada um de nós. Muitas vezes, Ele nos chama em momentos de fragilidade, quando nos sentimos pequenos e incapazes, mas é precisamente aí que Sua graça se revela de forma mais poderosa. À medida que nos entregamos à Sua vontade, como Maria fez, experimentamos a verdadeira liberdade e a plenitude de nossa missão.
Em um mundo que muitas vezes se vê perdido em suas próprias certezas, somos convidados a escutar a voz do Senhor, a seguir Seu caminho, com confiança, mesmo quando a jornada parece difícil. O V Domingo do Tempo Comum (Ano C) nos lembra que a obediência a Deus não é um fardo, mas a chave para a realização de nossa verdadeira vocação. Que possamos, com coragem e fé, responder a esse chamado.
ORAÇÃO
Senhor Deus, que nos chamaste à vida e à missão, nós Te louvamos neste dia, lembrando-nos da Tua voz que ecoa em nossos corações. Como o profeta Jeremias, muitas vezes nos sentimos frágeis e insignificantes, mas sabemos que em nossa fraqueza Tu revelas Tua força. “Não temas, pois estou contigo para te livrar.” (Jeremias 1:8).
Dai-nos, ó Senhor, a coragem de seguir Teus passos, mesmo diante das dificuldades e do desprezo do mundo. Como Maria, que obedeceu com fidelidade, queremos também ouvir Tua voz e dizer: “Fazei o que Ele vos disser.” (João 2:5). Que, na obediência a Ti e na docilidade ao Teu Espírito, encontremos a verdadeira paz e força para viver nossa vocação.
Em um mundo repleto de incertezas, fortalece nossa fé e dá-nos o olhar do coração para reconhecer Teu amor em todos os momentos. Que, ao vivermos em obediência a Ti, sejamos sinais de esperança e luz para os outros, refletindo a Tua glória em cada gesto e palavra.
Amém.
Texto: JOSÉ CRISTO REY GARCÍA PAREDES
Fonte: ECOLOGÍA DEL ESPÍRITU
Este artigo foi produzido com a assistência de ferramentas de inteligência artificial.