PROCLAMAÇÃO DA PALAVRA: MATEUS 2,1-12
REFLEXÃO – PEREGRINOS DA ESPERANÇA
Neste último dia da Novena de Natal, somos convidados a meditar sobre a Epifania do Senhor, um dia de celebração entre os homens. É o dia em que as trevas da humanidade foram iluminadas com a luz, como narrado no Evangelho de Mateus, quando os primeiros adoradores do Menino Deus foram os Reis Magos que vieram do Oriente. Ao primeiro sinal visível do nascimento de Cristo, a estrela, colocaram-se a caminhar, não hesitaram, e nada poderia desviá-los do encontro com o Menino Jesus. Estavam sedentos por se colocar à disposição daquele que seria o verdadeiro Rei do Universo e Salvador da humanidade. Vendo os magos a Criança, diz o hino no Ofício das Horas, vão abrindo seus tesouros e lhe fazem oferendas de incenso, mirra e ouro, presentes que revelam o poder do reinado de Jesus.
Sendo Rei, Jesus recebe o ouro, o incenso para demonstrar a Sua divindade e a mirra como prenúncio de Sua morte. Jesus vem para salvar toda a humanidade. Que, também hoje, nós, aqui presentes, estejamos a receber o Cristo e que o mundo O receba e O adore. Os magos vieram de longe para adorá-Lo. O Evangelista Mateus não diz que a vizinhança havia ido visitá-Lo também. Não sejamos indiferentes àquele que veio para nos salvar. Para Mateus, as trevas têm nome. O terror era Herodes, que simboliza as nuvens escuras que envolvem a terra. Nascer no seu tempo significava nascer em um período muito difícil, de profunda escuridão. Mesmo assim, a estrela do Menino Deus não é ofuscada. Seu brilho chega às terras distantes do Oriente e atrai os magos que vieram para adorá-Lo.
Eles seguiram a estrela até chegar onde o Menino se encontrava. Ao se aproximarem do palácio de Herodes, a estrela deixou de brilhar e eles perderam o rumo. A estrela do Menino Deus não brilha onde há maldade, perversidade e desrespeito à vida. Sem a estrela para guiá-los, eles vão pedir informações próximo às pessoas de Herodes. A notícia da presença deles, buscando o local onde estaria o rei dos judeus que acabara de nascer, logo se espalha e perturba Herodes e todos os seus seguidores. Não é para menos. Herodes reúne os sumos sacerdotes e os mestres da lei para verificar se a informação procede. Os profetas previram o nascimento de um chefe que seria pastor de Israel e que governaria o mundo. Com essa confirmação, Herodes usa sua estratégia para conter a força e o poder que vêm para destituí-lo do seu poder nefasto.
Os magos se afastaram do palácio de Herodes e a estrela voltou a brilhar, e eles encontraram o local onde estava o Menino. O gesto dos magos diante do Menino é de reconhecimento daquilo que disseram os profetas. Eles se ajoelharam diante de Maria e do Menino. Abrem seus cofres e retiram os presentes (ouro, incenso e mirra) que simbolizam o tipo de rei que ali está. Um rei diferente de todos os reis vistos até então. O ouro representa a realeza de Jesus, um rei bem diferente de Herodes. O incenso representa a divindade desse rei. Eles estavam diante de um rei divino e não de um rei qualquer. A mirra significa que este rei divino daria a vida pela vida dos seus. A mirra era usada para embalsamar os corpos na ocasião da morte.
Os magos têm muito a nos ensinar. Ensinam-nos a buscar a estrela de Belém e segui-la, mesmo que para isso tenhamos de enfrentar os Herodes de nossos tempos. Ensinam-nos a ser perspicazes e perceber quando alguém quer nos enganar, ludibriar, trapacear em nome de um suposto bem. Ensinam-nos a nos colocar diante de Deus, reverenciá-Lo e abrir o cofre de nosso coração, oferecendo a Ele os mais importantes presentes: o amor, a justiça e a paz. Que saibamos reconhecer a Sua manifestação entre nós e que esse reconhecimento provoque mudanças significativas em nossa vida para melhor, um caminho que certamente não passaremos com Herodes. O mundo de hoje precisa de uma palavra: esperança. A esperança cristã não decepciona, sabe se colocar em estado de constante expectativa, olhar para o amanhã eterno, e Cristo nos traz a verdadeira esperança, pois, em Sua Encarnação e Páscoa, fomos salvos. E que o Natal do Senhor nos ofereça um crescimento espiritual de fé, esperança e amor.
No encontro com Jesus, os magos O adoraram e Lhe ofereceram presentes simbólicos. Foi um momento único na vida daqueles homens que percorreram longo caminho só para ver Jesus, para encontrá-Lo cheios de profunda alegria. O que, para nós, significa ser uma Igreja em saída, uma vez que os magos saíram de suas terras para encontrar Jesus, e O encontraram na forma de Menino. Quais caminhos nos levam até Jesus? Que tipo de encontros tenho pelo caminho, que me aproximam ou me afastam de Jesus?
Jesus é o Messias, e a nossa relação com Ele deve ser de busca, de encontro e de missão. A luz de Cristo e Sua mensagem de amor nos fazem acreditar que precisamos sempre ser alimentados pela Palavra do Senhor, poder perdoar a quem nos ofende e sair do nosso egoísmo, partilhando à Sua volta o amor fraterno e bebendo a água viva da graça de Deus. O mundo precisa de paz, e o nosso coração, de amor.
A paz de Jesus, o amor fraternal de Maria.