8º DIA DA NOVENA DE NATAL

NOVENA

PROCLAMAÇÃO DA PALAVRA: Lucas, 1,8-20

REFLEXÃO – A ESPERANÇA DOS POBRES

Segundo o Evangelista Lucas, Zacarias servia como sacerdote diante de Deus. Foi escolhido, de acordo com o costume do sacerdócio, para entrar no Templo do Senhor e oferecer incenso. Quando chegou a hora de oferecer o incenso, todo o povo permanecia em oração do lado de fora. Nesse momento, um anjo do Senhor apareceu a Zacarias, que ficou dominado pelo medo e muito assustado. Percebendo o que estava acontecendo, o anjo falou a Zacarias: “Não tenha medo, porque a sua oração foi ouvida. Isabel dará a você um filho, e você lhe dará o nome de João. Ele será motivo de alegria e prazer, e muitos se alegrarão por causa do seu nascimento. Ele será grande aos olhos do Senhor e será cheio do Espírito Santo.”

“Ele fará muitos dos povos de Israel voltarem para o Senhor, o Deus deles. Irá adiante do Senhor no espírito e no poder de Elias, para fazer voltar o coração dos pais aos filhos e os desobedientes à sabedoria dos justos, preparando o povo para o Senhor.” Então Zacarias perguntou ao anjo: “Como posso ter certeza disso? Sou velho, e minha esposa também tem idade avançada.” O anjo respondeu: “Eu sou Gabriel, que sempre estou na presença de Deus. Fui enviado para transmitir a você esta boa nova. Agora, você ficará mudo e não poderá falar até o dia em que isso acontecer, porque não acreditou nas minhas palavras.”

Enquanto isso, o povo esperava por Zacarias, estranhando sua demora no templo. Quando Zacarias saiu, não conseguiu falar. O povo percebeu que ele tivera uma visão no templo, e ele fez sinais para eles, mas permaneceu mudo. Quando terminaram os dias de seu serviço sacerdotal, Zacarias voltou para casa.

A Novena de Natal nos coloca a caminho de Belém, na história de amor e salvação que Deus realiza na família de Nazaré e em toda a família humana. Sempre é significativo meditar sobre o mistério de um Deus que se encarna e se deixa envolver nos planos da nossa humanidade, no seio de uma família simples e humilde. O Advento é tempo de chegada e espera, vivido na expectativa da vinda do nosso Salvador. Advento e Natal marcam o início de um tempo novo, a ser vivido na esperança, com um olhar voltado para as maravilhas que Deus realiza em nossa vida.

É preciso atenção, pois o Senhor vem sem alarde, de maneira simples e silenciosa. Ao mesmo tempo que contemplamos a representação do Natal, somos convidados a nos colocar a caminho de Belém. Existe um forte convite para olharmos para a profundidade reveladora do nascimento de Cristo. Repartir o amor que recebemos de Deus é a nossa alegria permanente. O ministério da encarnação do Verbo de Deus aponta para nossa missão de amar e viver fazendo o bem a todos, na prática da caridade. Aponta para o alto, para a alegria eterna, que sentimos nos gestos de amor aos pobres, voltados para os mais necessitados e excluídos pela sociedade, os preferidos de Jesus. Que saibamos escutar o chamado da graça do Senhor e sejamos plenos da graça e do Espírito.

Deixemos que a luz do Natal de Jesus penetre em nossas vidas e famílias, abrindo nossos corações ao Senhor, cheios de esperança. E que neste tempo de Advento, peçamos ao Senhor a graça de Jesus para nos ensinar a sair de nós mesmos; a ver quem está ao nosso lado; que sejamos uma Igreja em saída, abertos para acolher de verdade quem chega; que não tenhamos medo das periferias; e que vivamos de maneira intensa e santa o dia de Natal.

Sejamos irmãos e irmãs seguidores de Jesus, que se esvaziou, saiu de si mesmo e nos chama a fazer o mesmo, saindo em direção aos outros. Chegar às periferias humanas não significa sair pelo mundo sem direção e sem sentido. Não basta apenas ir ao encontro do outro e abrir as portas do nosso coração. É preciso abrir as portas para todos aqueles que queiram entrar. Hoje, alegremo-nos como os pobres pastores: “Bem-aventurados vós, os pobres, pois vosso é o Reino de Deus.” O mundo precisa de paz, e o nosso coração de amor.

A Paz de Jesus, o Amor Fraternal de Maria.