Em meio à cadência sagrada do IX Domingo do Tempo Comum, somos convidados a mergulhar na reflexão sobre a celebração do Dia do Senhor. Este dia, um sábado para os judeus, um domingo para os cristãos, é um convite à memória da ação divina, criadora e redentora, que se desenrola perante o seu povo.
A Primeira Leitura (Dt 5,12-15) nos traz à mente o preceito do terceiro mandamento, que nos insta a guardar o sábado para santificá-lo. Este dia é proposto como um símbolo de unidade, um momento em que o povo se reúne para celebrar a ação libertadora de Deus, sem distinções ou desigualdades.
O Evangelho (Mc 2,23-3,6), ecoando a mesma temática, nos alerta para o perigo de uma interpretação excessivamente rigorosa dos preceitos da Lei. Quando a Lei deixa de servir ao homem de cada tempo, ela falha em sua missão. Jesus, portanto, nos convida a nos posicionar em favor dos necessitados, lembrando-nos de que o Dia do Senhor foi feito para o homem, e não para tornar o homem um escravo. É um chamado para viver não apenas do preceito, mas da Lei que abraçamos em nosso coração.
A Segunda Leitura (2Cor 4,6-11) nos oferece o exemplo do ardor apostólico de São Paulo. Para ele, evangelizar é ser um prolongamento da vida de Cristo, que deve ser visível naqueles que anunciam a Boa Nova. Apesar das fragilidades humanas, a mensagem evangélica não fica comprometida, pois é um tesouro precioso. Isso é um sinal de que a obra evangelizadora é, acima de tudo, obra do poder de Deus.
As leituras deste domingo são um convite à reflexão e à contemplação. Que possamos nos inspirar nelas para viver de acordo com a Lei que assumimos em nosso coração, servindo ao próximo e celebrando a ação divina em nossas vidas.
Leituras
Recorda-te de que foste escravo no Egito, e deixe essa memória inspirar-te a viver com
gratidão e humildade, sendo um instrumento de justiça e compaixão.
Não farás trabalho algum,
nem tua filha, nem teu escravo,
nem teu boi, nem teu jumento,
nem algum de teus animais,
nem o estrangeiro que vive em tuas cidades,
para que assim teu escravo e tua escrava
repousem da mesma forma que tu.
com mão forte e braço estendido.
É por isso que o Senhor teu Deus
te mandou guardar o sábado”.
Palavra do Senhor.
Regozijemo-nos no Senhor, nossa fortaleza, e deixemos que
a alegria divina nos envolva, inspirando-nos a contemplar e
celebrar a ação poderosa de Deus em nossas vidas!
R. Exultai no Senhor, a nossa força!
3 Cantai salmos, tocai tamborim, *
harpa e lira suaves tocai!
4 Na lua nova soai a trombeta, *
na lua cheia, na festa solene! R.
5 Porque isso é costume em Jacó, *
um preceito do Deus de Israel;
6a uma lei que foi dada a José,*
b quando o povo saiu do Egito. R.
c Eis que ouço uma voz que não conheço: *
7 “Aliviei as tuas costas de seu fardo,
cestos pesados eu tirei de tuas mãos. *
8a Na angústia a mim clamaste, e te salvei. R.
10 Em teu meio não exista um deus estranho *
nem adores a um deus desconhecido!
11 Porque eu sou o teu Deus e teu Senhor, *
que da terra do Egito te arranquei. R.
Que a vida de Jesus resplandeça em cada fibra de nosso ser,
iluminando nossos caminhos e inspirando nossas ações.
é o mesmo que fez brilhar a sua luz em nossos corações,
para tornar claro o conhecimento da sua glória
na face de Cristo.
que este poder extraordinário vem de Deus e não de nós.
postos entre os maiores apuros,
mas sem perder a esperança;
para que também a vida de Jesus
seja manifestada em nossos corpos.
para que também a vida de Jesus
seja manifestada em nossa natureza mortal.
Palavra do Senhor.
Contemplemos a majestade desta verdade: O Filho do homem reina
soberano sobre o próprio sábado, guiando-nos além das limitações
do tempo para a plenitude de sua graça eterna.
Seus discípulos começaram a arrancar espigas,
enquanto caminhavam.
o que não é permitido?”
o que Davi e seus companheiros fizeram
quando passaram necessidade e tiveram fome?
comeu os pães oferecidos a Deus,
e os deu também aos seus companheiros?
No entanto, só aos sacerdotes é permitido
comer esses pães”.
e não o homem para o sábado.
para poderem acusá-lo.
Salvar uma vida ou deixá-la morrer?”
Mas eles nada disseram.
porque eram duros de coração;
e disse ao homem:
“Estende a mão”.
Ele a estendeu e a mão ficou curada.
a maneira como haveriam de matá-lo.
Palavra da Salvação.
Homilia
O DIA DO SENHOR: RENOVANDO COMUNHÃO, IRRADIANDO AMOR.
Irmãos e irmãs em Cristo,
Hoje, enquanto nos reunimos para celebrar o Dia do Senhor (sábado para os judeus e domingo para os cristãos), somos convidados a mergulhar mais profundamente nas leituras que a liturgia nos oferece. Elas não são apenas palavras do passado, mas mensagens vivas que ecoam em nossos corações e que têm o poder de iluminar nossos caminhos nos dias de hoje.
Na primeira leitura, extraída do Livro de Deuteronômio, somos lembrados do mandamento de honrar o sábado, reservando-o para o descanso e a oração. Este não é apenas um preceito a ser cumprido, mas uma oportunidade preciosa de renovar nossa comunhão com Deus e com os outros. Em meio à agitação e às demandas do mundo moderno, o Dia do Senhor se torna ainda mais relevante como um oásis de paz e espiritualidade em nossas vidas. Que possamos redescobrir a importância desse tempo sagrado, alimentando nossa alma com a Palavra e fortalecendo nosso vínculo com o divino.
O Salmo responsorial nos convida a entoar louvores ao Senhor, que nos liberta e nos conduz à plenitude da vida. Ele é o Pastor que cuida com amor de seu rebanho, guiando-nos pelos caminhos da justiça e da verdade. Neste mundo turbulento, muitas vezes nos sentimos perdidos e desorientados, mas o Senhor está sempre ao nosso lado, pronto para nos acolher e nos orientar. Que possamos abrir nossos corações para escutar sua voz, seguindo com confiança o caminho que Ele traça para nós.
Na segunda leitura, o apóstolo Paulo nos lembra da fragilidade humana e da grandiosidade do poder de Deus. Embora sejamos como vasos de barro, sujeitos às vicissitudes da vida, carregamos em nós o tesouro da fé, que nos sustenta e nos fortalece em meio às adversidades. É na fraqueza que descobrimos a força de Deus agindo em nós, capacitando-nos para superar os desafios e testemunhar o Evangelho com coragem e determinação. Que tenhamos a humildade de reconhecer nossa dependência de Deus, confiando em sua graça para nos conduzir em todos os momentos.
No Evangelho segundo Marcos, somos confrontados com a atitude de Jesus diante das leis e tradições religiosas. Ele cura no dia de sábado, desafiando as normas estabelecidas, para nos ensinar que o amor e a misericórdia devem sempre prevalecer sobre a rigidez e o legalismo. O Dia do Senhor não é um tempo de opressão, mas de libertação; não é um momento de exclusão, mas de acolhimento. Que possamos seguir o exemplo de Jesus, cultivando um coração compassivo e aberto, capaz de enxergar além das aparências e de acolher a todos com amor e compaixão.
Que estas reflexões nos inspirem a vivermos com renovado fervor o Dia do Senhor, acolhendo com alegria sua Palavra e deixando-nos guiar pelo seu amor misericordioso. Que possamos ser verdadeiras testemunhas do Evangelho, irradiando a luz de Cristo em meio às trevas do mundo, para maior glória de Deus e salvação de nossos irmãos e irmãs.
Amém.