MISERICÓRDIA, Ó SENHOR, POIS PECAMOS (Sl 50)
Em meio aos versos sagrados do Salmo 50, ecoa o apelo pela misericórdia divina diante de nossas faltas. A Quaresma, esse período de reflexão e penitência, desponta como a ocasião propícia para o resgate espiritual através da confissão sacramental. A Igreja, qual Mãe Misericordiosa, nos guia nesse caminho, instando-nos a confessarmos pelo menos uma vez ao ano, especialmente na Páscoa.
Neste tempo favorável, as portas da reconciliação se abrem em nossas paróquias, com numerosos sacerdotes prontos para nos conduzir na preparação para a Páscoa.
A confissão, verdadeira cura da alma e do espírito, se revela como o bálsamo que nos restaura internamente. Essencial para nos aproximarmos da Eucaristia na celebração da Páscoa, ela demanda um estado de graça, o que implica em confessar regularmente. A Quaresma, além das práticas tradicionais de oração, jejum e caridade, se torna o cenário perfeito para essa reconciliação.
Preparar-se para a confissão é um exercício cuidadoso. Anotar os pecados, buscar a iluminação do Espírito Santo e participar de celebrações penitenciais são passos cruciais. A confissão não é apenas um ato ritual; é o remédio para a alma, um processo de introspecção profunda.
O convite para a confissão não se limita à Quaresma, é um chamado constante ao longo do ano. Pecadores que somos, confessar-se, mesmo de pecados veniais, é receber o dom da graça. A confissão, comparada à limpeza de uma casa, remove a poeira que impede a respiração espiritual, devolvendo-nos a veste branca do batismo, purificada pelo sacrifício de Cristo.
No ato de confissão, não buscamos uma conversa ou orientação espiritual prolongada; é o momento de reconhecimento dos pecados e aceitação da penitência. O tempo dedicado à confissão é também um tempo de agradecimento na Capela do Santíssimo Sacramento, reconhecendo a prontidão divina em nos perdoar.
Que nos apropriemos desse sacramento, deixado por Jesus, com gratidão e humildade, abrindo-nos ao perdão e à misericórdia divina. Que ao celebrarmos a Páscoa, nossos corações estejam ‘limpos’, prontos para a plenitude da comunhão com Deus. Pois, como nos lembra o Papa Francisco, Deus nunca se cansa de perdoar, e a confissão é a porta aberta para esse eterno perdão.
Fonte: CNBB
Texto de inspiração:
TEMPO DE CONFISSÃO – CARDEAL ORANI JOÃO TEMPESTA