A VIDA FAMILIAR DE CLARET

CLARETIANOS

Em 23 de dezembro de 1807, nasceu Antônio Claret na cidade de Sallent, comarca de Manresa, na Diocese de Vic, Província de Barcelona, Espanha. Seus pais, João Claret e Josefa Clará, eram um casal temente a Deus e devotos do Santíssimo Sacramento. Antônio Claret foi o quinto filho, nascido entre os 11 irmãos, sendo 6 homens e 5 mulheres. Ele foi batizado no dia de Natal na Paróquia de Santa Maria, na cidade de Sallent. Faleceu no dia 24 de outubro de 1870, aos 62 anos de idade, na Abadia Cisterciense de Fontfroide, uma ordem religiosa situada no sul da França. Seus restos mortais encontram-se na Igreja dos Missionários Claretianos em Vic, Espanha.

Passados alguns anos de sua infância, e por iniciativa própria, Claret acrescentou o dulcíssimo nome de Maria, porque depois de Jesus, Ela é: minha mãe, minha mestra, minha diretora e meu tudo. Seu nome passou a ser Antônio Maria Claret, sempre contemplado pela providência divina.

Em 1811, com 4 (quatro) anos de idade, devido à saúde fragilizada de sua mãe, Claret foi confiado aos cuidados de uma ama-de-leite, uma mulher residente no mesmo povoado. Ele permanecia com ela 24 horas por dia, todos os dias de sua infância. O marido e proprietário da casa onde Claret estava resolveu ampliar sua casa, e as escavações profundas acabaram danificando os antigos alicerces. As paredes apresentaram trincas que se alargaram até desabar completamente. A casa ficou totalmente destruída, e a proprietária da casa, a ama-de-leite, e seus quatro filhos foram atingidas pelos escombros e morreram no local. No entanto, naquela noite, o menino Claret não dormiu com eles, senão teria tido o mesmo destino.

Inspirado por seus sentimentos, o menino Claret fazia questão de narrar sua terrível experiência: “Seja sempre bendita a providência de Deus”, e acrescentava, “Quantas graças tenho que dar a Maria Santíssima, que desde minha infância sempre me livrou de tantos apuros.”

No início do ano de 1813, com 6 (seis) anos de idade, ainda na infância, ocorreu outra recordação que Claret sempre fazia questão de mencionar. Seus pais o matricularam em uma escola distante de sua casa. Pascoal foi o nome de seu primeiro professor, uma pessoa inteligente, dedicada e muito religiosa. Ele recebeu grandes ensinamentos desse homem bom e sábio, assim como toda a formação necessária e fundamental para seus primeiros passos em sua caminhada de vida estudantil.

Os bons costumes, a sabedoria dos livros escolares, bem como os fundamentos da religião, davam-lhe o início de uma formação segura, humana e cristã. Todas as tardes, quando saía da escola, acompanhado por um grupo de crianças, seu professor fazia questão de que todos entrassem na igreja, que ficava bem próxima à escola. Recitavam o terço em louvor a Nossa Senhora, Mãe de Deus e da humanidade. Antônio Maria Claret recitava as orações e liderava a recitação do terço, o que fazia com seriedade e devoção. Sempre cultivou o rosário como uma devoção de grande valor.

No final do ano de 1816, ao terminar o curso primário com 9 anos de idade, o menino Antônio Maria Claret começou a receber aulas de um sacerdote chamado João Rieira e já demonstrava seu desejo de ser padre. Nunca faltava às missas dominicais, sempre acompanhado de João, seu querido e amado pai.

Em 1817, com 10 anos de idade, fez a Primeira Comunhão. Foram tantas as emoções e alegrias que sentiu naquele dia ao receber Jesus em seu coração pela primeira vez. Daí em diante, jamais se afastou dos sacramentos da Eucaristia e da Penitência, pois sua fé e amor por Deus eram profundos. Com frequência, oferecia seu serviço divino, sempre com o desejo de se tornar um sacerdote.

E neste tempo, o pai era proprietário de uma fábrica de fiação e de tecidos. Lá trabalhou por alguns anos o pré-adolescente Antônio Maria Claret, passando, inclusive, por todas as atividades existentes na fábrica, o que lhe deu amplo conhecimento e experiência em todos os segmentos da tecelagem e produção. E na condição de encarregado, ficava constrangido quando tinha que corrigir alguém, mas os operários aceitavam com bom grado as suas orientações e instruções.

Na fábrica de seu pai, Antônio Maria Claret teve a ideia de rezar o terço diariamente nos intervalos dos serviços, e os operários o acompanhavam com grande piedade. Estimulado e comovido, foi descobrindo que Jesus Cristo vinha agindo com a sua graça em seu coração, antecipando a mansidão e a doçura em seu relacionamento com os empregados de seu pai.

Em 1820, já na adolescência, sentia-se muito feliz e, na verdade, bem sabia o que Deus queria e lhe reservava. Ficou convencido de que Deus queria que fosse um Sacerdote e não um fabricante industrial. Agradecido e de forma contagiante exclamava: ‘Ó meu Deus, quanta paciência tiveste comigo. Virgem Maria, minha Mãe, até de vós havia momentos que me esquecia. Perdão, minha Mãe.

Muitas foram suas preocupações rotineiras, que sempre devem ser lembradas: não suportava conhecer o sofrimento alheio por alimento sem lhe dar um pão. Não suportava conhecer o sofrimento alheio sem que tivesse uma vontade louca de aliviá-lo. Sou assim mesmo, exclamava Antônio Maria Claret, ‘pois sinto o receio em gastar para mim quando penso em tantas pessoas necessitadas a remediar’.

Tantos sofrimentos físicos  o impressionavam, que dizer dos sofrimentos ternos daqueles que viviam e ainda hoje, vivem no pecado mortal. Ao ver que se peca com tanta facilidade, e assim vão caminhando para a morte como posso descansar, matutava Antônio  Maria Claret, pois eu tenho que correr e gritar por toda a parte.

Com o desejo de se aperfeiçoar nas artes têxteis,  pediu permissão ao seu pai, para estudar em Barcelona. E lá começou a trabalhar e ganhava o necessário e suficiente para pagar os seus estudos, comprar roupas e livros e, assim como para se alimentar. E o seu intuito  maior, era a arte têxtil.

Ao participar de uma Santa Missa, fazia um esforço enorme para se libertar de tanta distração. Tinha em sua cabeça ideias e projetos novos de tal maneira que durante a celebração tinha  mais máquinas em sua cabeça, do que Santos no Altar.

Mas, em certo dia, em plena celebração da Santa Missa, Antônio Maria Claret se lembrou das palavras do Evangelho, que tinha lido quando ainda era criança, que nos diz: “que aproveita ao homem ganhar o mundo inteiro, se ao fim das contas perderem a sua alma.”

E a partir daí passou a pensar o que deveria fazer em sua vida, foi quando decidiu ir ao Oratório – Capela Doméstica de São Felipe Neri e deu uma volta pelo Mosteiro. E no Convento, viu um quarto aberto, pediu licença entrou e deu de frente com um homem chamado Paulo, a quem expôs o seu problema particular. Em resposta, com paciência e bondade, Paulo lhe disse: “sou um pobre leigo e quem sou eu para orientá-lo. Eu vou lhe conduzir para conversar com um Padre sábio e virtuoso, e ele vai lhe dizer o que deverá fazer.

Pacientemente o Padre escutou Antônio Maria  Claret, e o louvou pela resolução tomada e foi aconselhado a recomeçar os estudos da língua latina. Imediatamente, Antônio  Maria Claret e com aplicação voltou a estudar. Mas, por causa de uma enfermidade foi obrigado a interromper os seus estudos. Após recuperar a sua saúde, continuou estudando  Latim, até a sua saída de Barcelona e voltar para VIC, a fim de iniciar os estudos de Filosofia.Entrando na Cartuxa voltou a estudar e resolveu dar ciência para o seu pai.

Esforçou-se para falar o que o futuro lhe reservava, sobre o seu ingresso na Cartuxa, o pai, lhe disse: “não quero me opor a tua vocação, e afirmou: se essa é a vontade de Deus, será a minha também”. Mas, eu bem gostaria ao invés de Monge Cartuxo, ver-te Padre Diocesano. Faça-se, porém, a vontade de Deus. E decidiu atender ao pedido de seu pai.  Antônio Maria Claret teve, desde pequeno foi orientado pelos seus pais a pensar não somente na sua própria salvação, mas nas outras pessoas também, manifestando desde cedo a sua vocação missionária, de se tornar um Sacerdote.

E juntos com os Professores, trabalhavam na formação de sua inteligência, com o ensino de verdade, e cultivavam o seu coração com a prática da religião e de todas as virtudes. Antônio Maria  Claret. Durante todo o período  de seu estudo, oferecia com dedicação e empenho a seu santo serviço e desejava ser verdadeiramente um Sacerdote para consagrar-se dia e noite a seu ministério eclesial.

Ao completar 22 anos, ingressou no Seminário, e a partir de então viveu para Deus, e num longo processo de discernimento, foi descobrindo a sua vontade. O Espírito do senhor me ungiu e me enviou (Isaias 61.1).

Muitas outras lembranças marcaram a infância, a adolescência e a juventude de Antônio Maria Claret, durante todo o período de sua caminhada familiar.  Em 1.834, nas têmporas de São Tomé,  recebeu o seu Diaconato. E de fato, foi Ordenado sacerdote com 27 anos de idade, no dia 13 de Julho de 1.835. E na hora de sua Ordenação o Reverendíssimo Bispo, disse aquelas palavras do pontifical, tomadas do Apóstolo Paulo: “Não é, pois contra homens de carne e sangue que temos que lutar, mas contra os principados e protestados, contra os príncipes deste mundo tenebroso. Contra as forças espirituais do mal, espalhadas nos ares”.

Antes de sua Ordenação sacerdotal, Antônio Maria Claret, fez os 40 dias de exercício, espirituais prescritos. E nunca tinha feito um Retiro Espiritual tão cheio de amarguras e tentações.  Ninguém, porém, talvez tenha sentido tanta alegria espiritual e maiores graças. Quando se preparou para o dia em que o agora Padre Antônio Maria Claret, celebrou a primeira Missa, ocorrida no dia 21 de Junho de 1.835, em sua terra natal, quando das festividades alusivas a São Luiz Gonzaga, o Padroeiro da Congregação.

Avancemos familias, e continuemos a caminhar. Não percamos a esperança por causa dos nossos limites, mas também não renunciemos a procurar a plenitude de amor e comunhão que nos foi prometida. Ó Deus, fazei que todos nos tornemos conscientes do caráter sagrado e inviolável da família, da sua beleza no projeto de Deus, seguindo o exemplo de Santo Antônio Maria Claret.

A Paz de Jesus, o Amor fraterno de Maria!