A história começou em 1717, quando pescadores tiveram a surpresa de encontrar, no Rio Paraíba do Sul, no Estado de São Paulo, a imagem da Mãe de Jesus e deram a ela o nome de Nossa Senhora Aparecida. Na atualidade, homenageada como Padroeira do Brasil, consegue atrair devotos marianos vindos de todo o país, fazendo da cidade de Aparecida expressão de grande concentração de romeiros.
Como a rainha Ester, preocupada com a salvação do povo sofrido nas mãos de autoridades (Est 7,3), Nossa Senhora Aparecida torna-se refúgio para tantos brasileiros carentes de aconchego divino, fazendo dela instrumento de as pessoas “tocarem” em Deus. A Mãe de Jesus ajuda o povo a suprir o vazio causado pelo sofrimento de uma cultura que causa insegurança, pobreza, fome, violência e medo.

Existe uma verdadeira devoção a Nossa Senhora Aparecida, que está estendida por todo o país, consolidada como Padroeira de muitas comunidades e paróquias. O dia doze de outubro passou a ser parada obrigatória para venerá-la como expressão de espiritualidade e busca da benção de Deus. Para isto, os devotos se movimentam, fazem peregrinações e vão ao encontro daquela em quem confiam.
A beleza da Mãe de Jesus está expressa na sua humildade e nos atributos que a levam à dedicação total e à realização do projeto salvador de Deus. Por isto, tem uma força imensurável, provocando grandes aglomerações em muitas partes do mundo. É a Mãe da paz e se apresenta como alguém que vai na contramão do que acontece na cultura da violência, da destruição e da exclusão, nos dias de hoje.
Maria é a mãe do sinal que, nas Bodas de Caná, interpela o Filho, Jesus, a iniciar e dar publicidade à sua vida pública. Começa com a transformação da água em vinho. Não mais a água, o Antigo Testamento, mas o vinho representando os novos tempos, com a chegado do Novo Testamento. Foi Maria, numa visão de futuro, a dizer para Jesus: “Eles não têm mais vinho” (Jo 2,3).
Como refletimos no Ano Jubilar da esperança, “Peregrinos de Esperança”, a falta de vinho naquele importante momento celebrativo de casamento era expressão de tristeza, até de desespero para os responsáveis pela festa. Era como perder o sentido da vida e da esperança. Mas, na verdade, o vinho novo é Jesus, que age coadjuvado pela Mãe, totalmente embebida pelo tino missionário.
Texto: Dom Paulo Mendes Peixoto
Fonte: CNBB