A Igreja nos ensina que vocação é o chamado de Deus para cada pessoa viver sua vida como dom e missão. Este chamado não é privilégio de alguns, mas graça para todos. Cada batizado recebe de Cristo a vocação fundamental à santidade e, nela, a missão de ser sal da terra e luz do mundo (cf. Mt 5,13-14).
Toda vocação cristã, vivida com autenticidade, tem impacto no mundo. Não se trata de grandes feitos heroicos, mas de pequenos gestos cotidianos, que geram transformação silenciosa e profunda:
No matrimônio, os esposos que vivem o amor fiel e generoso mudam o mundo ao criar lares cheios de fé, esperança e amor.
No sacramento da ordem, os ministros ordenados que anunciam a Palavra, presidem os sacramentos, celebram a fé, sustentam comunidades vivas e missionárias.
Na vida consagrada, religiosos e religiosas apontam para o essencial, testemunhando que o Reino de Deus vale mais do que qualquer bem passageiro.
Na vocação laical, cristãos comprometidos atuam como fermento no meio da sociedade, dando sabor de Evangelho ao trabalho, à política, à cultura e às relações sociais.
O que realmente transforma o mundo não é o “título” da vocação, mas o modo como ela é vivida. Se for vivida com egoísmo, fecha-se em si mesma e pouco frutifica, mas se for vivida no amor, torna-se fonte de vida nova para muitos. Como nos recorda São Paulo: “Tudo o que fizerdes, fazei-o com amor” (1Cor 16,14).
Por isso, vale repetir: toda vocação cristã muda o mundo: às vezes, de forma discreta, como a luz de uma vela; outras vezes de modo mais visível, como uma chama que aquece e ilumina uma multidão.
O importante é que cada cristão responda com generosidade ao chamado de Deus. Assim, nossa Igreja e nosso mundo serão cada vez mais sinais da presença do Reino de Deus, porque, cada vocação é um dom que transforma não apenas a vida de quem a recebe, mas também a vida da Igreja e da sociedade.
Texto: Dom Luiz Fernando Lisboa
Fonte: CNBB