MAIO: UM MÊS ENTRE ROSÁRIOS E ROSAS, SOB O OLHAR DE MARIA

DESTAQUE

Maio chega como um convite suave, quase um sussurro maternal: é tempo de parar, de olhar para o céu e sentir o abraço de Maria. A Igreja, em sua sabedoria, consagra este mês àquela que disse “sim” e, com uma só palavra, mudou o curso da história. Nossa Senhora não é apenas uma figura distante nas páginas do Evangelho; é mãe, advogada, intercessora — é a voz que leva nossos pedidos até Jesus, como fez nas bodas de Caná, quando, antecipando-Se ao tempo, trouxe ao mundo o primeiro milagre: a transformação da água em vinho.

O Mês das Flores e das Festas Marianas

Dois momentos brilham com especial intensidade em maio: no dia 13, celebramos Nossa Senhora de Fátima, a Senhora do Rosário, que apareceu aos três pastorinhos com um chamado urgente à oração e à penitência. Sua mensagem ecoa até hoje, em um mundo que clama por paz. E no dia 24, a festa de Nossa Senhora Auxiliadora, a padroeira dos que buscam força nas batalhas diárias. Quantas vezes, em meio às turbulências da vida, não recorremos a Ela, certos de que nenhum filho é ignorado por sua Mãe?

Mas maio não se resume a datas. É um mês de gestos concretos de amor: o terço rezado no silêncio da madrugada ou no tumulto do ônibus, a coroa de flores posta aos pés de sua imagem, a vela acesa como sinal de esperança.  

Maria, Rainha e Mãe

Ela é a Rainha do Céu, sim, mas também a Mãe que desce até nós, que se inclina para escutar o gemido mais silencioso de seus filhos. Quantos títulos ela recebe! De Fátima, Aparecida, Auxiliadora, do Carmo… Mas no fundo, é sempre a mesma: a mulher humilde de Nazaré, que carregou em seu ventre o Salvador e agora carrega no coração cada um de nós.

E não podemos esquecer: o Dia das Mães também está aqui, no segundo domingo de maio. Que ironia bela — ou providência? — que a data caia justamente no mês mariano. Maria é o modelo de toda maternidade, a que nos ensina que ser mãe é doar-se até as últimas consequências. Presentes materiais são bons, mas o maior deles é a presença. Se sua mãe já partiu, ofereça-lhe uma Ave-Maria. Afinal, na eternidade, ela está mais perto de Maria do que nunca.

Um Mês para Mudar o Mundo (e o Coração)

Maio nos chama a agir:

  • Pelos lares: Que nossas famílias vivam o exemplo da Sagrada Família de Nazaré, onde o respeito e o amor eram a lei.
  • Pelos direitos das mulheres: Que a violência ceda lugar à dignidade, que as oportunidades sejam justas, que a sociedade enxergue nelas — como em Maria — a força que sustenta o mundo.
  • Pela paz: Cada Ave-Maria é como uma pequena revolução silenciosa contra o ódio.

A Devoção Que Veio do Passado e Segue no Presente

Desde o século XII, a Igreja dedica maio a Maria. No Brasil, os jesuítas plantaram essa semente, e hoje ela floresce em terços entrelaçados, procissões e cantos. Em casa, podemos criar um cantinho de Maria: uma imagem, um terço, uma vela. Não precisa ser luxuoso — basta ser sincero. E nas comunidades, que a coroação de Nossa Senhora no fim do mês seja não apenas um ritual, mas uma renovação de nossa confiança nela.

Conclusão: Que Maio Não Termine em Nós

Quando junho chegar, que não guardemos Maria no armário junto com a imagem decorativa. Que ela continue reinando em nossas casas, em nossas escolhas, em nossa capacidade de dizer “sim” aos planos de Deus, mesmo quando o caminho parecer incerto.

Nossa Senhora de Fátima, protegei-nos das guerras – principalmente daquelas que travamos dentro de nós.
Nossa Senhora Auxiliadora, guiai-nos quando as decisões pesarem.
Mãe Rainha, ficai conosco.
E que maio seja só o começo.