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A liturgia do XV Domingo do Tempo Comum recorda-nos que Deus atua no mundo através dos homens e mulheres que Ele chama e envia como testemunhas do seu projeto de salvação. Esses “enviados” devem ter como grande prioridade a fidelidade ao projeto de Deus e não a defesa dos seus próprios interesses ou privilégios.
A primeira leitura apresenta-nos o exemplo do profeta Amós. Escolhido, chamado e enviado por Deus, o profeta vive para propor aos homens – com verdade e coerência – os projetos e os sonhos de Deus para o mundo. Atuando com total liberdade, o profeta não se deixa manipular pelos poderosos nem amordaçar pelos seus próprios interesses pessoais.
A segunda leitura garante-nos que Deus tem um projeto de vida plena, verdadeira e total para cada homem e para cada mulher – um projeto que desde sempre esteve na mente do próprio Deus. Esse projeto, apresentado aos homens através de Jesus Cristo, exige de cada um de nós uma resposta decidida, total e sem subterfúgios.
No Evangelho, Jesus envia os discípulos em missão. Essa missão – que está no prolongamento da própria missão de Jesus – consiste em anunciar o Reino e em lutar objetivamente contra tudo aquilo que escraviza o homem e que o impede de ser feliz. Antes da partida dos discípulos, Jesus dá-lhes algumas instruções acerca da forma de realizar a missão… Convida-os especialmente à pobreza, à simplicidade, ao despojamento dos bens materiais.
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Primeira Leitura
Primeira Leitura
Naqueles dias: Referencias para reflexão da Primeira Leitura 1 – Na Primeira Leitura, como em tantos outros textos proféticos, transparece a absoluta convicção de que o profeta é um homem de Deus, escolhido por Deus, chamado por Deus, enviado por Deus, legitimado por Deus. Deus está na origem da vocação profética; e a atuação do profeta só faz sentido se partir de Deus e se tiver como objetivo apresentar aos homens as propostas de Deus. É preciso que nós crentes – constituídos profetas pelo Batismo – tenhamos Deus como a referência de onde parte e para onde se orienta a nossa ação e missão proféticas. Nenhum profeta o é por sua iniciativa pessoal, ou para anunciar propostas pessoais; mas é Deus que nos chama, que nos envia e que está na base desse testemunho que somos chamados a dar no meio dos homens. 2 - O profeta é um homem livre, que não se amedronta nem se dobra face aos interesses dos poderosos. Por isso, o profeta não pode calar-se perante a injustiça, a opressão, a exploração, tudo o que rouba a vida e impede a realização plena do homem. Amasias - o sacerdote que alinha ao lado dos poderosos, que defende intransigentemente a ordem estabelecida, que se compromete com ela, que vende a sua consciência para manter o lugar e que transige com a injustiça para não incomodar os poderosos - é um exemplo a não seguir… Amós, o profeta que não se cala nem se vende, que está disposto a arriscar tudo (inclusive a própria vida) para defender os pequenos e os fracos e que não hesita em propor os projetos de Deus para o homem e para o mundo, deve ser o modelo para qualquer crente a quem Deus chama a cumprir uma missão profética no meio do mundo. 3 - Este texto fala-nos também da promiscuidade entre a religião e o poder. Trata-se de uma combinação que não produz bons frutos (como, aliás, a história da Igreja tem demonstrado nas mais diversas épocas e lugares). A Igreja, para poder exercer com fidelidade a sua missão profética, tem de evitar colar-se aos poderosos e depender deles, sob pena de ser infiel à missão que Deus lhe confiou. Uma Igreja que está preocupada em não incomodar o poder para manter privilégios fiscais, ou para continuar a receber dinheiro para as instituições que tutela, será uma Igreja escrava, de mãos atadas, dependente, que está longe de Jesus Cristo e da sua proposta libertadora.
Salmo
Mostrai-nos, ó Senhor, vossa bondade,
Quero ouvir o que o Senhor irá falar:
Mostrai-nos, ó Senhor, vossa bondade,
A verdade e o amor se encontrarão,
Mostrai-nos, ó Senhor, vossa bondade,
O Senhor nos dará tudo o que é bom,
Mostrai-nos, ó Senhor, vossa bondade,
Segunda Leitura
3Bendito seja Deus, Referencias para reflexão da Segunda Leitura 1 - O nosso texto afirma, de forma clara, que Deus tem um projeto de vida plena e total para os homens, um projeto que desde sempre esteve na mente de Deus. É muito importante termos isto em conta: não somos um acidente de percurso na evolução inexorável do cosmos, mas somos autores principais de uma história de amor que o nosso Deus sempre sonhou e que Ele quis escrever e viver conosco… No meio das nossas desilusões e dos nossos sofrimentos, da nossa finitude e do nosso pecado, dos nossos medos e dos nossos dramas, não esqueçamos que somos filhos amados de Deus, a quem Ele oferece continuamente a vida definitiva, a verdadeira felicidade. 2 - De acordo com o nosso texto, Deus “elegeu-nos… para sermos santos e irrepreensíveis”. Já vimos que “ser santo” significa ser consagrado para o serviço de Deus. O que é que isto implica em termos concretos? Entre outras coisas, implica tentar descobrir o plano de Deus, o projeto que Ele tem para cada um de nós e concretizá-lo dia a dia com verdade, fidelidade e radicalidade. No meio das solicitações do mundo e das exigências da nossa vida profissional, social e familiar, temos tempo para Deus, para dialogar com Ele e para tentar perceber os seus projetos e propostas? E temos disponibilidade e vontade de concretizar as suas propostas, mesmo quando elas não são conciliáveis com os nossos interesses pessoais? 3 - O nosso texto afirma ainda a centralidade de Cristo nesta história de amor que Deus quis viver conosco… Jesus veio ao nosso encontro, cumprindo com radicalidade a vontade do Pai e oferecendo-Se até à morte para nos ensinar a viver no amor. Como é que assumimos e vivemos essa proposta de amor que Jesus nos apresentou? Somos profetas que testemunham, diante do mundo, o projeto de Deus? Aqueles que caminham pelo mundo ao nosso lado encontram nos nossos gestos e atitudes sinais vivos do amor de Deus revelado em Jesus?
Evangelho
Referencias para reflexão do Evangelho 1 - Como é que Deus age, hoje, no mundo? A resposta que o Evangelho deste domingo dá é: através desses discípulos que aceitaram responder positivamente ao chamamento de Jesus e embarcaram na aventura do “Reino”. Eles continuam hoje no mundo a obra de Jesus e anunciam – com palavras e com gestos – esse mundo novo de felicidade sem fim que Deus quer oferecer aos homens. 2 - Atenção: Jesus não chama apenas um grupo de “especialistas” para o seguir e para dar testemunho do “Reino”. Os “doze” representam a totalidade do Povo de Deus. É a totalidade do Povo de Deus (os “doze”) que é enviada, a fim de continuar a obra de Jesus no meio dos homens e anunciar-lhes o “Reino”. Tenho consciência de que isto me diz respeito e que eu pertenço à comunidade que Jesus envia em missão? 3 - Qual é a missão dos discípulos de Jesus? É lutar objetivamente contra tudo aquilo que escraviza o homem e que o impede de ser feliz. Hoje há estruturas que geram guerra, violência, terror, morte: a missão dos discípulos de Jesus é contestá-las e desmontá-las; hoje há “valores” que geram escravidão, opressão, sofrimento: a missão dos discípulos de Jesus é recusá-los e denunciá-los; hoje há esquemas de exploração que geram miséria, marginalização, debilidade, exclusão: a missão dos discípulos de Jesus é combatê-los. A proposta libertadora de Jesus tem de estar presente em qualquer lado onde houver um irmão vítima da escravidão e da injustiça. É isso que eu procuro fazer? 4 - As advertências de Jesus para que os discípulos se apresentem sempre numa atitude de sobriedade e de despojamento significam, em primeiro lugar, que o discípulo nunca deve fazer dos bens materiais a sua prioridade fundamental. Se o discípulo estiver obcecado pelo “ter”, se tornará escravo dos bens, se acomodará e não terá espaço nem disponibilidade para se lançar na aventura do anúncio do Reino. Por outro lado, o discípulo que coloca os bens materiais como a prioridade da sua vida sentirá sempre a tentação de se calar, de não incomodar os poderosos, a fim de preservar os seus interesses económicos e os seus benefícios particulares. 5 - Com frequência os discípulos de Jesus têm de lidar com a oposição e a recusa da proposta que eles testemunham. É um facto que deve ser visto com normalidade e compreensão. No entanto, quando isto suceder, é missão dos discípulos alertar os implicados para a gravidade da recusa. Quem recusa as propostas de Deus, deve estar plenamente consciente de que está a perder oportunidades únicas e a afastar-se da sua realização plena, da vida verdadeira.
Comentário Neste domingo começa a leitura da carta de Paulo aos Efésios. Paulo além de crente e apóstolo era muito inteligente e não dava ponto sem nó. O começo de sua carta é um louvor a Deus, mais de passagem fala-nos quem somos nós, os homens e mulheres que Deus ama e abençoa na pessoa de Cristo. De passagem nos informa que nosso destino é sermos filhos, não servos. E que não tem esbanjado meios para ajudar a completar em nós essa vocação para qual nos chamou, porque “o tesouro de sua graça, sabedoria e prudência está presente em nós”. Essa vocação não é para alguns poucos, mais para todos. Paulo não tem exclusividade ou os apóstolos, mais todos os que escutam a palavra, o evangelho da salvação. Vocação de filhos no Filho É bom começar a reflexão deste domingo tomando consciência de que somos chamados a ser: filhos e filhas de Deus. Não somos chamados a ser servos. A comunidade dos crentes é uma comunidade de iguais. Terá diferentes serviços, diversos ministérios, mas essa variedade não diferencia seus membros porque basicamente somos todos iguais: filhos e filhas no Filho. Esse é o maior título de glória do cristão. Depois, algo quase secundário por mais que seja necessário, virão os cargos e os serviços na comunidade. Isso explica Paulo mais adiante. Mas convém ter claro que o mais importante, o fundamental, o que é central. Todos foram salvos por Cristo, todos são destinados a serem seus filhos. É uma vocação com projeção universal porque a Palavra de Deus não se dirige a um pequeno grupo, a uma seita mais é para todos os homens e mulheres de todos os tempos. A Palavra da Boa Nova pronuncia-se abertamente para que todos a possam a acolher em seus corações. Todos são chamados a fazer parte da família de Deus. Todos são chamados a serem seus filhos. Essa é a glória de Deus. Essa é o maior louvor que podemos render ao Pai: todos nos devemos ser parte de uma família, sem distinções, sem violências, sem invejas, sem rancores. Uma família onde reine o perdão e a reconciliação, a paz e a justiça. Daí a dizer que a comunidade dos crentes é um povo de profetas, de apóstolos e de evangelizadores é só um passo. Porque o mistério da vontade de Deus que nos é dado a conhecer não é só para nós, para os que já estamos na comunidade. É para todos. Ninguém fica fora desse mistério da vontade de Deus. Enviados a reunir os filhos de Deus Desde esta perspectiva devemos reler o Evangelho deste domingo. Os Doze de que fala o Evangelho não é um grupo específico. Os Doze são o símbolo do novo povo de Deus. Como aquele estava formado por 12 tribos, este está formado por 12 apóstolos, símbolos de todas as famílias do mundo. Eles são enviados a pregar a boa nova da salvação. E, neles, todos são enviados. A missão não pertence exclusivamente aos sacerdotes ou às religiosas. A missão é para todos os cristãos. Todos são enviados a libertar aos que estão oprimidos pela injustiça, o egoísmo, a violência, etc. Todos são chamados a curar as feridas dos que sofrem por qualquer motivo. Porque não podemos permitir que um filho de Deus, um irmão nosso, sofra ou esteja afastado da mesa comum à qual Deus nos convidou a todos a participar. Nem todos compreendem assim a boa nova da salvação. Há quem se sinta como se tivesse a propriedade da vontade de Deus, como se tivesse a exclusividade de seu conhecimento. Há quem goste de determinar o que se pode dizer e o que não se pode dizer em nome de Deus. Como se lê na primeira leitura há sacerdotes que se sentem os donos do santuário e expulsam os profetas. Não querem que se proclame a boa nova de que todos são chamados a serem filhos e filhas de Deus no filho Jesus. Mas isso não pode enfraquecer os crentes. Se não nos deixam falar em um lugar, iremos a outro. Assim disse Jesus aos discípulos: se não vos recebem em um lugar... A Palavra de salvação não pode ser encadeada. A libertação não pode ser encarcerada. Lá onde estejamos com nossas ações e com nossas palavras daremos depoimento do amor de Deus manifestado em Cristo Jesus, da liberdade que nos presenteou, da Vida à que nos chamou. Sem temor, sem medo. Porque conhecemos o seu amor por nós.
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